Capítulo 8 - Lembranças Dolorosas

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Devo afirmar que o pior cansaço talvez não seja o físico, mas o psicológico, minha cabeça não parava um segundo de pensar; alguns dias se passaram desde que nos encontramos no corredor do hospital, e não a vi mais, ela não tem vindo em suas consul...

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Devo afirmar que o pior cansaço talvez não seja o físico, mas o psicológico, minha cabeça não parava um segundo de pensar; alguns dias se passaram desde que nos encontramos no corredor do hospital, e não a vi mais, ela não tem vindo em suas consultas com a Lucy. Meus dias se resumem em ficar vigiando a porta de entrada, almejo pelo dia que irei vê-la novamente.

Minha consciência insiste em que algo aconteceu.

Ou talvez ela só esteja atolada no trabalho e
não lhe sobre tempo.

Afinal as consultas não eram obrigatórias.

Estava eu preenchendo alguns prontuários na recepção, totalmente distraído com aquilo, e de um modo repentino olho para a porta de entrada e vejo meu irmão adentrar o hospital, fico paralisado por alguns segundos, observando aquele ser mesquinho caminhar em minha direção; por onde passava atraia olhares das mulheres.

Enquanto caminha ele abotoa o seu blazer agindo como se fosse uma celebridade, seus óculos escuros eram sem utilidade alguma, até porque lá fora estava nublado e chuvoso.

Ele lançava sorrisos galanteadores para algumas enfermeiras.

Como pode termos a mesma aparência, mas ao mesmo tempo não sermos nada parecidos?!

— Você aqui? — indago curioso.

Ele se apoia no balcão, ficando de maneira despojada.

— Olá, Victor, ou devo lhe chamar de doutor Evans?! — seu tom irônico era irritante.

— O que você quer aqui em Siattle? Você odeia o frio.

— Realmente, eu odeio, mas meu sócio é daqui de Siattle; então vou ter que passar alguns dias por aqui.

— Vai expandir os negócios?

— É o que eu espero. — ele diz ajeitando o blazer. — Quem é aquela?

Ele mostra com a cabeça em direção a porta de entrada, e visualizo a figura de Mavie adentrar o hospital, no mesmo instante sinto meu coração disparar.

— Uma paciente. — Digo sem demostrar interesse.

— Acho que vou prolongar minha estadia!

Ele argumenta e ameaça de ir até ela, sinto um sentimento estranho o que me faz segurar seu braço, fazendo Dom se voltar para mim.

— Deixe-a em paz — percebo minha exaltação. — Quero dizer, você vai me arrumar problemas.

Dom me encara com deboche e ironia, aquele seu jeito me deixava ainda mais irritado.

Ele levanta as mãos em sinal de rendição e logo em seguida caminha até a saída, indo embora do hospital. Aquilo me deixou aliviado, porém a forma como ele olhou para Mavie me deixou completamente enfurecido; eu conhecia aquele olhar, o mesmo modo que olha para todas as outras que ele tem desejo, apenas isso, desejo.

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