Prólogo

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Soltando o prólogo, para vocês conhecerem um pouco mais da história, em breve lanço o primeiro capítulo.
Beijos, espero que se deliciem com a história, como eu estou fazendo ao escrevê-la.
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"Tempo curioso não me deu direções, não me deu sinais. Haviam pistas que eu não vi? E não é tão bonito pensar que todo esse tempo existia alguma corda invisível amarrando você em mim?"
(Taylor Swift)
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~Há 25 anos atrás~
~Alasca~

O frio no Alasca sempre era brutal, mas naquele ano as coisas pareciam pior ainda, a neve indomável, fazia até mesmo o mais feroz e forte lobo tremer, diante dos dias que o aguardavam, a caça escassa e os perigos que espreitam as montanhas brancas e congeladas, deixavam a pequena ômega cada vez mais assustada, seu coração batia forte em seu peito e suas patas tremiam fracas, o rompimento da ligação que aconteceu de forma tão repentina a matando aos poucos.

Naquela noite que durava quase a volta completa da terra em torno do seu próprio eixo, ela sabia que sua morte era certa, mas ela precisava continuar, apenas mais um pouco, apenas até deixar o pequeno embrulho que carregava entre seus dentes, com tanto cuidado e que possuía seu amor, sua alma e seu último sopro de vida.

O lobo branco, tão branco quanto a neve imaculada ao seu redor, viu o exato momento em que o líquido escarlate manchou um pedaço do tecido que embrulhava seu coração, não era o suficiente para manter o bebê aquecido, mas ele clamava a lua que seu bebê fosse forte para resistir.
Através de toda a neve, a sombra de uma aldeia militar se fez presente, a ômega choramingou de alívio, juntou suas últimas forças e desbravou o terreno fofo e mortal, ela salvaria a vida do seu filhote.

A porta foi escolhida de forma aleatória, não havia forças para farejar cheiros, muito menos em meio a tempestade de gelo, o bebê foi colocado sobre a pequena varanda, o focinho gelado deixou um último carinho na bochecha rosada e um farejar nos cabelos ruivos, a pequena bolinha em meio aos tecidos gastos se remexeu, procurando pela glândula aromática de sua mãe, mas não havia tempo para a pobre loba se despedir de seu amado filhote, ela jogou seu corpo para cima, a pata larga alcançando a campainha da casa duas vezes seguidas, ela ouviu vozes lá dentro e então correu, correu o mais rápido que conseguiu, correu até sua respiração falhar e seu corpo cair em um baque mudo contra a neve fofa, ela choramingou pelo frio, não tinha nada haver com as temperaturas negativas, mas sim com a vida que se esvaia de seu corpo, os olhos perdendo o brilho, enquanto a ômega implorava pelo futuro do seu bebê, morrendo sozinha, mas aceitando a morte como sua amiga, sendo acolhida pela deusa lua, enquanto uma lágrima escorreu por seus olhos azuis.

Não tão longe dali, um jovem brasileiro, que servia o exército e estava prestes a voltar para seu país com sua esposa, abriu a porta da casa, o vento gelado mesclando com o calor e cheiro de biscoitos recém feitos pela ômega. Seus olhos se arregalaram, sua boca se abrindo ao ver uma mãozinha  saindo entre os panos, jogados em sua varanda.

"Érika!" O alfa gritou, pegando o bebê em seu colo, observando seus cabelos ruivos e olhos mel, a boquinha cheia, que deveria ser rosada, estava roxa e seu peso não parecia o certo para sua aparente idade. A ômega de cabelos pretos apareceu no hall de entrada, colocando a mão sobre o coração ao ver o embrulho no colo de seu marido, que estava parado na porta da sua sala.

"O que é isso?" Perguntou, olhando rapidamente ao redor e puxando seu marido para dentro, sua ômega se mexendo desconfortável, a necessidade de proteger aquele bebê, aparentemente abandonado, sendo instantânea.

You're Still the OneOnde histórias criam vida. Descubra agora