Parents and sons

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"Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não lhe entendem
Mas você não entende seus pais
Você culpa seus pais por tudo
E isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?"
(Legião Urbana)
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Amaury suspirou duas vezes antes de descer do seu carro, quando criou coragem para descer acabou dando um sorriso ao ver a casa que cheirava a bolinhos, seus pais já estavam na porta, esperando o filho querido.

"Meu amor!" Sua mãe o abraçou apertado, pulando entre os alfas como sempre fazia quando seu filho vinha para casa, o local estava silencioso, cada lúpus envolvidos em suas próprias funções. Amaury pensou muito antes de vir, de tomar a decisão certa, ou que ele considerava certa.

Marcou uma reunião com sua família, seus avós já estavam velhos de mais para sair muito longe, ele achou então que uma visita era o melhor, por isso, saiu cedo de casa, iria tomar café com seus avós e pais e depois iria direto para o PROJAC.

O alfa suspirou, tentando não ficar ansioso com o que esperava. Iria ver Diego, pela primeira vez após descobrir que o menor era sua alma gêmea, aquele que ele esperou a vida toda, que chegou a achar que estava morto.

Amaury entrou na casa, sorrindo ao sentir o cheiro do seu primeiro ninho, o local era sempre quente, parecia ser capaz de tirar todo o peso das responsabilidades que o alfa possuía e o transformar em um filhote novamente, seu coração aquecido.

Seu lobo também estava satisfeito com a visita à sua família, Amaury sabia disso pela forma como ele soltava rosnados quase infantis.

Os senhores estavam sentados a mesa, logo todos com seus devidos cafés servidos, após os cumprimentos e as cobranças para que o maior fosse lá mais vezes.

"Filho, sabemos que esse não é um simples café." Foi seu avô quem falou, o homem já mais velho do que em sua infância, mas tão lúcido quanto nunca, possuía um sorriso em seus lábios.

Os mais velhos, mesmo que participassem ainda das reuniões do conselho sobre o próprio bando e até mesmos sobre os outros bandos, agora já não dominavam tudo, passando para meus pais e tios, sendo assim se deram o direito de ser apenas senhores, avós e bisavós, toda a rigidez e pulso firme que eu vi durante a minha infância, indo por água abaixo, agora havia espaço apenas para piadas ruins, tardes de pesca, lanches e mais lanches para as crianças e sorrisos soltos.

"Não... Realmente eu tenho um anuncio para fazer." O alfa falou, todos os olhares dos mais velhos sobre ele, um sorriso nervoso surgiu em seu rosto, ele estaria ali, pedindo para quebrar todas as regras, ou as mais importantes delas, do seu povo.

"Fala meu filho." Foi sua mãe quem mandou, um sorriso calmo, como se soubesse exatamente o que o seu eterno filhote diria, algo em seu olhar mostrava ao alfa que ela sabia, antes mesmo dele até.

"Eu encontrei meu ômega." A mesa explodiu, aplausos e felicitações por todos os lados, seus avós se levantando para abraçá-lo, saudando a boa nova, Amaury se deixou levar, era realmente importante para ele aquele momento, aquela comemoração bonita que teve medo, por anos, de não viver com sua família, um arrepio percorrendo seu corpo ao se lembrar da sensação fria que rondava seus pesadelos.

"Isso é ótimo meu filho! Ótimo!" O avô disse, sentando ao lado da sua ômega, um sorriso gentil no rosto de todos, olhos brilhantes.

"Quando vamos conhecê-la?" A vovó perguntou, em seus olhos idênticos aos do pai do alfa, o mesmo brilho de amor se refletia pelo único neto do seu filho mais velho.

You're Still the OneOnde histórias criam vida. Descubra agora