Gato e Rato

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Emuná - Significa estar em calma apesar de não ter ainda todas as respostas.

Emuná - Significa estar em calma apesar de não ter ainda todas as respostas

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Acordei sentindo um raio de sol esquentar minha bochecha. Ao meu lado, Willy dormia em sono profundo. Nossas roupas estavam no chão, por toda parte, e eu não pude evitar o sorriso bobo em meu rosto com essa cena.

Levantei devagar para não acordá-lo e me pus a preparar algo para o café da manhã. Minha barriga roncava alto enquanto eu preparava o café.

Também, com a quantidade de "exercícios" que você fez ontem à noite, não é?

Reprimi mentalmente minha voz do subconsciente. Dizer que apenas dormimos durante a noite seria mentira. E pensando bem, acho que Willy nem precisa daquele tal chocolate afrodisíaco. O homem é uma máquina.

- Hmmmm... Adoro cheiro de café de manhã cedo. - Ele havia levantado e estava me observando preparar nosso desjejum.

- Espero que esteja bom, minhas habilidades culinárias não são lá essas coisas.

- Ah, tenho certeza de que tudo que você faz é muito gostoso minha querida.

- Willy!

Ele ria enquanto eu ficava completamente sem graça. Servi nossa comida enquanto me perdia em pensamentos. Eu sabia que precisava focar e terminar minha matéria, era isso ou seria mais uma na fila do desemprego. Dizem que às vezes, a vida pode nos colocar à prova, mas isso aqui era um impasse completamente doloroso. Eu estava me afeiçoando à ele mais do que me era permitido, e isso acabaria com nós dois. Se eu entregasse a matéria, Willy saberia que menti e jamais me perdoaria. Mas se eu não entregasse, seria o fim da minha vida como jornalista no Daily Times.

- O que houve querida?

- Hm? Ah, não foi nada. E então, você irá trabalhar agora?

- Sim, tenho alguns assuntos a resolver na fábrica hoje, há uma negociação importante com nosso cliente do Brasil e não quero deixá-lo esperando muito.

- Entendo, daqui a pouco também irei para o Jornal. Essa vida de jornalismo é bem complicada. - dei um sorriso amarelo para disfarçar.

- Carter, o que nós somos?

Meu coração disparou. A simples pergunta me fez ter um turbilhão de pensamentos. Amigos? namorados? Caso indefinido?

- Eu... eu não sei.

- Façamos assim - Willy segurou minha mão - Somos dois adultos lidando e aprendendo com seus próprios sentimentos. Isso tudo também é muito novo pra mim e eu não quero lhe forçar a nada. Tudo bem?

- Combinado!

- MEREDITH! NA MINHA SALA AGORA!

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- MEREDITH! NA MINHA SALA AGORA!

- E lá vamos nós a caminho do calvário...

Entrei na sala de Clóvis, um cheiro de cigarro e uísque barato impregnava o ar ao redor, era sufocante.

- No que posso lhe ajudar?

- Já tem a sua matéria?

- Já sim, estou trabalhando nela, não vai demorar muito para ficar pronta.

Não estou com um bom pressentimento.

- Ótimo. Te chamei aqui para falar que seu prazo foi alterado. Você tem 2 semanas para me entregar.

Desgraçado.

- Senhor Clóvis, é um prazo muito pequeno, por favor... Me dê mais tempo! - eu estava suplicando, um prazo desses eu teria que correr contra o tempo, me aproximar ainda mais de Charlie... e Willy. Se meus sentimentos já estavam conturbados, ficariam ainda mais.

- Mery, Mery... Lembra quando você chegou aqui? Tão sonhadora, tão alegre em ser jornalista... Você não quer colocar tudo a perder, certo? Mas sabe, sempre há uma segunda opção.

Senti a mão nojenta de Clóvis apertar meu ombro, me virei e o empurrei rapidamente. Estava assustada, não era a primeira vez que aquele porco nojento partia para cima de mim. Eu estava enjoada, queria vomitar com tanta repugnância.

- Não pense nisso, se tentar encostar mais um dedo em mim, eu te denuncio!

Clóvis riu com escárnio, mostrando seus dentes fedorentos.

- Tente. Em quem irão acreditar? Eu tenho dinheiro, e você? Sabemos muito bem que, o poder monetário pode nos ajudar em muita coisa.

xxxxxx

Cheguei em casa completamente destruída. Clóvis me colocou para trabalhar até mais tarde como "punição". Tudo que eu queria era descansar, estava com fome mas não tinha ânimo para preparar qualquer coisa.

Tuc.

Ouvi uma pequena batida. Mas não consegui identificar de onde vinha o som.

Tuc. Tuc.

Me aproximei da janela e quando a abri, vi Charlie me chamando para ir lá embaixo na rua com ele. Coloquei meu casaco e o gravador no bolso e então desci.

- Charlie! O que houve?

- Oi senhorita Van Carter! Desculpe ter atirado algumas pedrinhas em sua janela, é que tenho uma surpresa para a senhorita. Vem comigo!

Charlie me puxou pela mão enquanto me conduzia até uma charrete.

- Ei, espere! onde estamos indo afinal?

- É segredo! Apenas me deixe colocar isso aqui. Pode se abaixar um pouquinho?

Charlie colocou uma venda em meus olhos e me conduziu para dentro da charrete.

- Pode ir, senhor!

Estávamos em movimento e eu não fazia ideia para onde estava indo. A viagem durou cerca de 20 minutos e não conseguia ouvir muitos barulhos. Apenas o solado das minhas botas em contato com as pedrinhas do chão se faziam audíveis para mim. Senti o cheiro de grama verde no ar. Era um parque?

- Vem, vamos por aqui. Eu lhe ajudo.

Caminhamos alguns passos e então ele me pediu para tirar a venda. Diante de mim, uma paisagem de tirar o fôlego: A lua cheia iluminava o céu e eu podia ver várias estrelas. Estava em um jardim lindo, iluminado pelos raios lunares. Willy estava em pé, perto de um arco todo decorado por...

- Tulipas! - exclamei.

- Para a minha tulipa mais bonita - ele falou me estendendo a mão. Fui guiada até uma mesa posta e decorada com velas.

- Espera... Isso é um encontro? - Falei encarando ele com um sorriso no rosto.

- Bom, é. Quero que hoje seja minha convidada especial para um jantar mágico. Me acompanha?

- Com certeza. É uma grande honra.

ꜰᴏɢᴏ, ᴘɪᴍᴇɴᴛᴀꜱ ᴇ ᴄʜᴏᴄᴏʟᴀᴛᴇꜱ🍫🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora