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Gabriela🪷Sinceramente, acho que eu nunca estive tão fechada pra tudo na minha vida.
É extremamente complicado pra mim manter um diálogo com as pessoas quando não estou me sentindo bem emocionalmente. Eu gosto de me isolar mesmo, zero contato. Depois eu volto como se nada tivesse acontecido, mas tipo respeita meu tempinho porque eu preciso dele.
Eu só precisava do meu tempo pra assimilar oque estava acontecendo na minha vida, como eu vim parar nessa situação?
Visitando um traficante na cadeia pra sustentar o Lorran, meu filho e minha mãe que esta sofrendo de câncer.
Eu nunca pensei que seria fácil, mas também nunca pensei que seria tão difícil assim, me sinto horrível por fazer isso por dinheiro, procurei trabalho em todos os lugares possíveis, mas querem experiência, como vou ter experiência se eles não dão uma oportunidade?
Enfim, Brasil e seu jeitinho de ser.
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5 horas da manhã e eu em uma fila esperando chegar a minha vez, eu tava morrendo de medo do que estava pra acontecer.
Tinha uma morena na minha frente, a próxima era eu, ela foi revistada umas três vezes, cadeia é um lugar horrível e eu só estou aqui por meu filho e minha mãezinha.
—Anda minha filha, tenho o tempo do mundo todo não. - O policial falou comigo e eu andei. —Veio ver quem?
Eu não sabia o nome do cara, e nem quem ele era, então entreguei a carteirinha de visita pra ele.
Ele olhou o sistema, terminou de me revistar e mandou outro cara me levar pra uma salinha.
Pra uma prisão aquela sala tava até que arrumadinha, não tinha mal cheiro nem nada, tava limpinha, oque me surpreendeu muito.
Vejo a porta abrir e um cara todo tatuado com cara de mal e algemado.
—1 hora.
O cara que tava com ele tirou as algemas e fechou a porta.
—Manuela?
São tantas que o cara até troca os nomes. Eu só posso ter jogado pedra na cruz.
Gabriela: Gabriela.
—Merma coisa fia, ja te passaram os bagulho tudo?
Gabriela: Ja sim, menos seu nome. -olhei pra ele, era até bonito mas oque tinha de lindeza tinha de arrogância.
—Precisa saber meu nome não, meu vulgo é Coronel, só isso que tu precisa saber.
Gabriela: Ja é alguma coisa...
Coronel: Tu tem quantos anos mina?
Gabriela: 22.
Coronel: Menos mal, de tudo que eu faço, pedofilia não é uma delas. -falou de cara fechada. —vamos ao que interessa e pra que tu veio, que eu tenho certeza que não foi pra bater papo, se fosse pra isso eu pedia pra mandar uma psicóloga.
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De todas as coisas que aconteceram na minha vida, eu acho que visitar um traficante na cadeia foi do caralho, além de arrogante ele não respeita a pessoa.
Me chamou de vários nomes, e caralho, me quebrou ele me tratar daquele jeito.
Mas eu não me importo, tudo que eu tô fazendo é pela minha família, minha base de tudo.
Cheguei em casa e minha mãe tava sentada na cozinha.
Gabriela: oi minha vida, cadê meu gatinho? -falei dando um beijo na testa dela. — bom dia. -sorri sem mostrar os dentes.
Fatima: Oi minha filha, Lorran ta dormindo, acordou te procurando e eu coloquei ele pra dormir de novo.
Gabriela: Vou lá acordar ele, eu consegui o dinheiro para os seus remédios mãezinha.
Fatima: Gabriela, ja falei que não quero você se preocupando comigo, falei pra você que ia dar meu jeito!
Gabriela: Relaxa dona Fatima, vou colocar a senhora no melhor hospital do rio de janeiro e a senhora não pode falar nada, cuidou de mim a minha vida inteira, só estou fazendo meu papel de filha e cuidando da senhora.
O câncer dela não estava em um estado muito grave, a gente descobriu ele cedo, graças a deus.
A gente sempre foi dando conta, mas chegou uma época que os remédios e os hospitais estavam ficando muito caros, foi ai que eu resolvi entrar nessa loucura de vida.
Acho que sempre tem uma solução pra tudo, e essa é a minha, mesmo eu não querendo minha realidade agora é essa.
Gabriela Andrade, 22 anos.
Lorran Andrade, 4 anos.
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Sobre Nós.
FanfictionA tristeza é como uma teia de aranha. Você não a vê até ser capturado por ela e então precisar lutar para se libertar.