Capítulo 34

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Encostei a testa no volante do carro na esperança de que aquilo fosse me ajudar a manter a calma e a sanidade para ter uma conversa civilizada com Lewis.

Ouvi a Lamborghini passar atrás do meu carro que continuava estacionado, então eu apertei o botão e o motor roncou antes de eu dar ré e ir atrás dele pelas ruas de Monaco.
Dirigi devagar atrás dele e me senti incomodada pelo silêncio, o que me fez baixar os vidros do carro e sentir a brisa gelada da madrugada.

Lewis deu sinal de luz quando chegou em frente ao enorme prédio que morava e o portão da garagem se abriu, e eu o segui para dentro.
Ele estacionou em uma vaga ao lado da G63 que eu sabia que era dele também, e eu ocupei outra vaga no lado oposto antes de sair do carro e respirar fundo antes de encará-lo.

– Podemos? – Ele indicou o caminho até o elevador, e eu o segui.

Ele apertou o botão e nós esperamos que o elevador chegasse até o andar da garagem, e assim que chegou Lewis colocou a mão para evitar que a porta fosse fechar enquanto eu passava para o lado de dentro, seguida por ele.

Eu e Lewis Hamilton, juntos dentro de um elevador de menos de dois metros quadrados. Ótimo.

Encarei os meus pés depois de encostar na parede do elevador ao lado dos botões e rezei para que ele se mantivesse em silêncio, e felizmente o elevador era bastante rápido, o que nos fez chegar antes do que eu esperava ao décimo segundo andar.

Lewis indicou o caminho a minha frente e eu obedeci, e depois disso ele caminhou ao meu lado e parou na frente da porta, digitando a senha antes de entrar no apartamento, que tinha pelo menos duas vezes o tamanho da minha casa em Londres.

– Bem-vinda. – Ele sorriu tímido, fechado a porta em suas costas. Cerrei os punhos para disfarçar minhas mãos que tremiam de nervosismo. – Aceita beber alguma coisa?

– Obrigada. Pode ser uma água...

Ele se afastou e eu esperei no meio da sala, olhando em volta e reparando nos detalhes. Os sofás eram enormes, havia uma lareira e as janelas de vidro eram enormes, o que me fez girar nos calcanhares para avaliar o cenário todo, e quando voltei a posição inicial, ele me observava com o copo na mão.

Ele estendeu o copo e eu aceitei, evitando o contato com a mão dele. Bebi toda água e o vi ocupar o sofá enquanto me encarava com aquele olhar que eu bem conhecia e que não era apropriado para o momento.
Coloquei o copo na mesa de centro e correspondi o olhar dele.

– Pode começar. – Cruzei os braços. – Não quero demorar muito.

– Você não parece muito contente, Emma.

– Você jura?!

– Podemos deixar para mais tarde, como havíamos combinado...

– Você me trouxe até aqui para dizer isso? Acha que eu vou acreditar que você só percebeu agora que eu não estou muito contente? – Desafiei-o, e ele respirou fundo antes de voltar a falar.

– Você tem razão... – Ele concordou com um aceno de cabeça e juntou as próprias mãos antes de encará-las. Odiava quando ele fazia aquilo. – Mas George disse que você também estaria disposta a conversar...

– Disse? – Ergui as sobrancelhas. – Eu não estou preparada para discutir com você agora. Preciso de uma cama, e não de estresse. Por que eu vim até aqui?! – Aquela pergunta foi mais para mim mesma do que para ele.

– Como eu disse, podemos deixar para mais tarde...

– Vamos acabar logo com essa merda, Lewis. – Afastei a ideia de agarrar minha bolsa e ir embora. Pensei um pouco e comecei a falar. – Soube que você não anda sendo muito simpático..., parece uma conversa com um adolescente..., mas enfim, George também disse que vem sendo difícil interagir com você...

Future Days parte 2 | Lewis Hamilton Onde histórias criam vida. Descubra agora