Capítulo 4

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Astarion

Que vontade de o esfaquear! Mas não faria isso...ainda. Tentaria ficar bêbado pelo menos uma maldita noite. Quando o sol nascesse, pensaria no que fazer com os caçadores e com o vampiro psicopata. Nesse momento, apenas aproveitaria a companhia de sua bebida e a elfa ao seu lado. Porcaria de bebida ruim!

- Não te preocupa ter caçadores atrás de você na cidade inteira? – Óbvio que ela se importaria, era sempre tão apreensiva.

- Nesse momento, não. Estamos seguros.

- Por que estão atacando para chamar a atenção nessas últimas semanas? – Sussurrou.

- Cazador tem se alimentado mais do que o normal e transformado muitos nobres elfos. Ele está tramando algo, mas hoje teremos uma noite apenas de vinho e diversão, que tal?

Ela assente e continua tomando sua bebida, dá um grande gole na garrafa, mal respirando. Talvez ela quisesse a almejada paz entre eles ou só queria ficar bêbada também?

Beberam durante toda a noite, até o bardo e sua banda se retirarem para dormir e a dona do bar expulsá-los para seus quartos. Não estava bêbado! Mas também pudera, eram elfos e tinham naturalmente resistência contra álcool e venenos, ou pelo menos, deveriam. Mas, subiram a escada dando gargalhadas ao ouvir piadas idiotas sobre as mães dos Orcs. Talvez porque realmente eram engraçadas, ou o vinho estava fazendo efeito.

A porta do quarto é aberta e a elfa se apressa para ir atrás do biombo colocar sua roupa de dormir, ele poderia aproveitar para fazer o mesmo. Havia comprado para si uma calça e camisa leve, um pouco mais simples do que gostava, mas preferira economizar consigo e comprar para ela uma camisola longa de cor preta com detalhes transparentes. Que forma excelente de a provocar, e estava ansioso para vê-la vestida.

Havia sido um deleite e tanto ver seu corpo completamente nu no tanque de banho, por conta disso várias formas diferentes de possuí-la alimentavam suas fantasias, e todas incluíam mordidas naquele pescoço. Só podia ser efeito do sangue da elfa, afinal crias eram vampiros sem libido próprio, e quase sempre objeto sexual de outros. Cazador o obrigava a seduzir pessoas, independente da raça, para tornarem-se alimento ou suas novas crias. Havia feito sexo com tantas pessoas, mas, na verdade, não se lembrava de sentir prazer com nenhuma delas. Elfos, Drows, humanos, mestiços e até gnomos, fossem eles machos ou fêmeas, nada o agradava. Uma ânsia de vômito só de se lembrar! Fora abusado de muitas maneiras, tocado sem permissão ou desejo. Sabia exatamente como seduzir alguém, tinha um excelente desempenho erótico, agradava e dava prazer aos parceiros, mas não fazia ideia do que o excitava. Fazia tanto tempo que não sentia desejo que o próprio sentir parecia irreal, era como se fosse um adolescente de novo, descobrindo, ou melhor, redescobrindo as incertezas da puberdade. Por isso, obrigava-se a associar essa atração ao sangue da garota, pois sabia que seus irmãos que bebiam sangue humano também não sentiam prazer. Que nojo de si mesmo, do seu corpo, pensar que talvez a elfa sentisse atração por ele era insuportável. Repulsivo!

Ela merecia algo tão melhor que uma criatura suja como ele, mas... queria tomá-la e apreciar a sensação! Então aqui estava ele, ansioso em vê-la com a camisola. A sede de sangue era uma velha conhecida, e agora estava sedento por algo novo.

Quando ela sai de trás do biombo, percebe que era muito mais sensual do que imaginara. O tecido preto transparente deixava algumas partes de seu corpo à mostra, como os braços e pernas. O decote chegava nos seios e cobria os mamilos com uma renda grossa, assim como uma camada mais escura nas partes íntimas. Detalhes que deixavam a imaginação fluir. Ruby deveria estar insegura com a roupa, mas, ao contrário, parecia extremamente confortável. Ela se joga na cama com um pulo e solta um suspiro.

Crônicas de Baldurs Gate: O despertar vampíricoOnde histórias criam vida. Descubra agora