Capítulo 8

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Astarion

Ele estava chocado. E isso era algo extremamente difícil de acontecer. Ao entrar na festa do rei, imaginou que haveria depravação, mas nem nos piores bordéis de Baldur's Gate vira tamanha orgia. Não devia existir a palavra pudor no dicionário das criaturinhas, muito menos consentimento. Curioso e enojado, preferiu tentar sair dali o mais rápido possível. Sentia mãos encostando em seu corpo, mordidinhas, lambidas e até beijos. Um asco! Machos e fêmeas o paravam para participar de suas aventuras e o elfo apenas fingia estar entretido com outro casal, procurando pela elfa de cabelos ruivos que devia estar por perto. Sente uma mão forte agarrando sua cintura pelas costas, o volume que o tocava indicava uma possível ereção de um macho, fazendo sua barriga embrulhar. A voz masculina em seus ouvidos sussurra:

- Ora, ora... um elfo em nossas terras. Preciso provar você.

Antes que ele conseguisse responder, ouviu uma voz feminina dizer:

- Não está noite, Orion. Já está reservado para mim, sabe que tenho prioridade e não gosto de dividir.

- Você é tão egoísta, Dalia. Aproveite bem essa noite e depois me conte se vale a pena.

A mão da garota o pega pelo braço e o puxa pela multidão. Bom sinal ou um pior ainda? Passam por diversas portas e ela abre uma delas, pedindo para que entre. Caminha até a sala com diversos itens sexuais, mas não reconhecia muitos deles.

- Se vai me torturar, melhor me embebedar primeiro.

- Não seja ridículo, você não me atrai, vampiro.

Isso feria seu ego? Talvez. Mas, ficava aliviado de ter alguém que não queria tocá-lo daquela forma e em qualquer canto daquele inferno.

- O que preciso melhorar? Não diga as roupas, não fui eu que escolhi.

Dalia para em sua frente com o olhar preocupado.

- Ruby pediu que eu te protegesse. Ela está preocupada com você e isso pode afetar o quanto ela vai ter sucesso. Vou tentar uma forma de avisá-la que você está bem e seguro. – Seu coração acelerou, a ruivinha realmente se importava com ele e era uma distração. Não era justo o que estava acontecendo com ela. Se sentia um egoísta ali enquanto ela estava em perigo.

- Por que você se importa, Dalia? – Questionou, era difícil confiar nas intenções da garota rosada.

- Vamos dizer que tenho um respeito por ela e não quero que tenha problemas com a rainha por sua causa.

- Obrigada por se importar tanto comigo, me sinto tão acolhido. Só não me obrigue a te beijar de novo, prefiro o beijo de um troll.

- O troll não vai ser tão delicado, vampiro. – Ele sorriu, imaginando a rainha sendo mastigada por um troll. – A porta ao lado está a elfa, tente ouvir sons e se algo te preocupar, me procure imediatamente!

- Você tem um plano se acontecer um imprevisto?

- Sim, mas espero não ter que colocá-lo em ação.

Ruby

Após algumas taças de vinho e conversas inúteis, Ruby descobrira que Kael era o irmão mais novo do rei e o homem loiro e forte, seu primo chamado Alaric. Kael era um garoto mimado e egoísta, a todo momento falando palavrões e sendo desrespeitoso ao falar sobre qualquer pessoa. O fedelho tinha mão boba, acariciando suas pernas ou sua mão cada vez que ia lhe servir uma taça. Alaric parecia ter menos resistência para o vinho e falava tantas bobagens, pegando em sua espada ao lado e expondo sua vontade de cortar pescoços. Mas, o rei Elessar não parecia bêbado, continuava com a mesma postura do início da festa. Aqueles vinhos envenenados tinham que começar fazer efeito logo, pois precisava de um plano. Urgente! Seu coração começou a saltar do peito e sentiu um embrulho na barriga, a ansiedade se manifestando.

Crônicas de Baldurs Gate: O despertar vampíricoOnde histórias criam vida. Descubra agora