Ruby
Ruby jamais havia subido tantas escadas em sua vida. Mas, que diabos de lugar precisa de tantas escadas se as fadas têm asas! O palácio estava iluminado com lanternas amareladas, deixando o ambiente aconchegante, mas não dava para dizer se odiava ou se encantava por estar ali. Era revestido de ouro, pedras preciosas e diamantes. Reluzia tanto que ardia os olhos. Em frente ao trono, fluía um rio tranquilo que refletia uma luz azulada. Parecia magia! Sentiu uma vontade enorme de mergulhar nele! Seria apropriado? A fada a cutucou, trazendo-a de volta de seus pensamentos. Astarion permanecera calado e observava cada detalhe do local. No fundo da sala, um trono dourado com belas asas coloridas em tons de roxo e azul. Sentada nele, havia uma mulher de aparência jovem, cabelos negros que iam até a cintura, uma coroa com as mesmas cores do trono, parecendo asas de fadas grudadas umas nas outras. O vestido de cor púrpura descia de forma perfeita por seu corpo e os olhos aparentavam diversas cores, pois não sabia se eram roxos, azuis ou verdes... Talvez mudassem de cor. A rainha permaneceu sentada ao ver o trio entrando pela porta e acompanhou a chegada deles sem uma palavra.
A garota fez a saudação das fadas, um gesto delicado com os braços, como o bater de um par asas de borboleta.
- Vossa Majestade, lhe trouxe a elfa que pediu.
Como será que deveria proceder? Nunca havia cumprimentado uma rainha, então apenas abaixou a cabeça em um aceno respeitoso.
- Não pedi que trouxesse uma criatura da noite, Dalia. – Então esse era o nome da fada!
- Não, majestade. Mas, a elfa insistiu que não viria sem ele.
- Meu nome é Ruby, Vossa Majestade. Esse é Astarion, um amigo.
A rainha se levanta do trono e chega mais perto. Com uma espécie de suspiro, ela parece... farejar?
- Por que você não cheira à morte, Astarion?
- Tomei banho há poucas horas, majestade. – Por pouco a elfa não se engasgou com a risada, mas se conteve.
Se a rainha achou graça, não demonstrou.
- Sua raça fede à morte. Mas, não sinto o cheiro em você. Venha aqui.
Ele parece indeciso, mas anda até ela lentamente. Sentia-se tensa, imaginando diversas possibilidades de reação caso a rainha tentasse machucá-lo. Não podia negar que queria protegê-lo, provavelmente ela conseguiria cortar alguns pescoços antes que a pegassem, se necessário.
A majestade das fadas se aproxima, quase tocando a pele de Astarion.
- Como você se libertou? – Ela praticamente sussurra, mas por ter a audição perfeita, ouvia claramente. Ainda bem que os Deuses lhe deram seus dons, ou morreria de curiosidade.
- Eu não sei, apenas senti vontade de fugir. – Fugir não era exatamente o que ele estava fazendo quando o havia conhecido.
- Há quanto tempo você é um vampiro?
- Duzentos anos.
- E um belo dia você acordou, saiu pela porta e esbarrou na elfa mais poderosa que temos?
Isso era um exagero. Ela tinha dons aprimorados, apenas isso.
- Não foi bem assim, ela me encontrou primeiro.
- Infelizmente, não sou do tipo que gosta de ouvir histórias. Gosto de vê-las com meus próprios olhos. – A rainha se aproxima novamente dos lábios dele. Agora todas iam beijá-lo? Maldição! - Você me permite, Astarion?
Ele assente lentamente, parecendo contrariado. Ela o beija. Não é como o beijo de Dalia, puro e rápido. É sensual, como um beijo entre amantes. Não sabia se havia ficado mais incomodada de ter sido consentido desta vez. Seus olhos se desviam para qualquer lugar, aquilo estava incomodando mais do que esperava.
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Crônicas de Baldurs Gate: O despertar vampírico
Fantasy"Crônicas de Baldurs Gate: O despertar vampírico" é uma emocionante aventura de fantasia que se passa no mundo mágico de Baldur's Gate. A personagem principal, Ruby, é uma elfa destemida e habilidosa que se vê envolvida em uma missão perigosa quando...