1 - 𝐞́ 𝐬𝐨́ 𝐧𝐚̃𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐚𝐫!

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Bárbara Volkers

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Bárbara Volkers.

Plié. Tendu. Jeté. 5, 6, 7, 8. Repete.
Essa era minha vida, esse era meu dia à dia. O suor corria por baixo do maiô verde bebê colado em meu corpo, o cansaço pairando, a boca seca, mas o coração feliz de saber que me mantinha no lugar em que sempre sonhei, vivendo do que sempre quis. A dança.

De início, toda essa situação de times de futebol terem um espaço grande pra líderes de torcida não foi bem vista pelo público. Dinheiro jogado no lixo, sexualização de corpos femininos, desnecessário. Mas quando a torcida, e principalmente a diretoria viram a quantidade de dinheiro que entrava com publicidade, virou moda. Não havia um jogo se quer, sem que antes houvesse uma apresentação de dança.
Batalhas entre líderes, sites de fofoca, holofotes, intrigas. Eu me sentia uma paquita moderna.

A única, e maior cláusula mais problemática do contrato que te transformava em uma líder de torcida, foi a que eu estava me corroendo naquele exato momento por ter rompido.

ATO 1. O PIQUEREZ.

Foi no exato dia da comemoração da histórica virada entre Palmeiras, e Botafogo. Os jogadores, líderes, comissão, diretores, e todos que trabalhavam conosco estavam no salão do centro de treinamento. Alguns bêbados, outros apenas dançando agarradinhos com suas esposas...

Enquanto eu me apoiava no ombro de Larissa, aguardando a comemoração acabar, pra finalmente colocar minhas pernas pro alto.

- Tu é chata, hein. Vai dançar, vai comer. Vai passar a festa toda agarrada em mim que nem filhote de mico? - diz Larissa, mexendo pela milésima vez o ombro, afim de me enxotar dalí.

- Para de ser chata, cara. 'Tô cansadona, nem queria ter vindo.

- Não queria não, é? Tem gente que 'ia ficar tristinha se você não tivesse vindo.

- 'Tá maluca?

- Eu não, ó lá. - ela aponta com a cabeça para a direção correta. Ou errada, né. Se eu não tivesse olhado, me evitaria alguns bons problemas.

Era Joaquín Piquerez, o lateral esquerdo bonitão que metade do time de líderes suspirava - a outra metade eram cadelas de Raphael Veiga. Juro, tinha até competição de beleza.

O uruguaio bebericava algo que parecia ser um chimarrão, enquanto conversava com Gabriel Menino, e dava sutis olhares em nossa direção.

- Bicha doida, ele nem olhou direito, e você nem sabe se foi pra mim. Vai que ele olhou pra você? Não planta coisa na minha cabeça não, Larissa. - cruzo os braços ainda o encarando.

𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐇𝐄𝐄𝐑𝐋𝐄𝐀𝐃𝐄𝐑 - 𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙, 𝐏𝐔𝐋𝐆𝐀𝐑.Onde histórias criam vida. Descubra agora