XXVI

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Acordei sozinho. A sala não era familiar, nem o cheiro que passava por ela. Cheirava a ervas e... álcool?

"Oh, bom, você está acordado."

Pisquei para Magnus, que agora estava parado na porta, com um copo de margarita na mão. Ele parecia um pouco confuso.

"Onde diabos estou?" Bocejei, levantando a mão para coçar a cabeça. Eu senti como se não tomasse banho há dias.

Magnus apenas revirou os olhos. "Ela dorme uma semana e ainda está cansada quando acorda."

Franzi as sobrancelhas. "O que você- UMA SEMANA? "

Ele me lançou um de seus olhares. "Bem, foi isso que eu disse, Atena."

Eu cerrei os dentes. "O que diabos eu tenho feito dormindo por uma semana ? Eu deveria estar-" Minha respiração ficou presa na garganta quando uma ideia infernal passou pela minha mente. "Onde está Elias? Ele está bem? O instituto está bem? J–"

"Atena!" Magnus levantou a voz, me interrompendo. Ele me deu um momento para recuperar o fôlego antes de continuar. "Tudo está bem."

Estreitei os olhos, examinando seu rosto. "Você hesitou."

Ele suspirou, colocando sua margarita na cômoda à sua direita. "Bem, o que você esperava? Depois de tudo o que aconteceu, você não pode esperar que seu relacionamento com nenhum deles volte ao normal."

Isso me deu um nó na garganta, mas falando de coisas que aconteceram... "Por que você não me contou?"

Eu não queria pensar em Eli ou Izzy ou Alec ou Jace. Eu queria fingir que as coisas estavam bem agora.

Magnus fingiu inocência. "São muitas coisas que escolho esconder das pessoas. Você terá que ser um pouco mais específico–"

"QUE SOU MEIO DEMÔNIO, SEU IDIOTA!" Não há como recuar agora.

O olhar de Magnus de repente tornou-se solene. "Como você descobriu?"

"Isso importa mesmo?" Chorei. "Por que você não me contou? E qual é o meu nome verdadeiro, porque ganhei informações suficientes para saber que não era Athena."

"Por que você acha que eu sei disso-"

"Você é o maldito Magnus Bane ! Você sabe tudo!"

"Bem, eu–"

"E você conheceu minha mãe, então com certeza sabe de alguma coisa! Então comece. Conversando. "

Magnus parecia mais irritado do que nervoso. "Ok, tudo bem. Sim, seu nome não é Athena."

"Sim, eu sei-"

"É Azel, igual ao demônio que imagino que você conheceu em algum momento. Não entendo como você poderia saber o que está me contando se não fosse esse o caso." Ele fez uma pausa, olhando para a beira da minha cama como se visse um fantasma antes de seus olhos encontrarem os meus mais uma vez. "Sua mãe costumava te chamar de Hazel por causa dos seus olhos."

Lancei meu olhar para os lençóis abaixo de mim, incapaz de olhar mais para o olhar sombrio de Magnus. Principalmente quando ele falou sobre minha mãe.

"Você recebeu o nome do demônio Azazil. Seu pai lhe deu esse nome. Não sei como ou por que você tem sangue de demônio em você, Ath-Haze - como você quer ser chamado. Eu gostaria de ter, mas não o seu mãe nem seu pai tiveram uma queda neles."

Então Daniel não era um Nafalem. Então eu não sou filha dele?

"Então de onde veio o nome Atenas?"

Magnus suspirou. Ele parecia estar fazendo muito isso ultimamente. "É apenas um nome aleatório que aqueles Vampiros escolheram para você. Atena, preciso que você me escute. Você não pode contar a mais ninguém sobre isso."

Minha cabeça se levantou para que eu pudesse olhá-lo nos olhos. "O quê? Por que n–"

"Maryce já está desconfiada de você."

"Ela me odeia." Murmurei, levantando-me para me esticar. Eu cheirava a bunda.

Não que eu saiba como é o cheiro.

"Sim, isso não é melhor. O que você acha que ela fará se descobrir que você tem sangue de demônio?"

Torcendo meu cabelo em um coque que provavelmente parecia um esfregão marrom no topo da minha cabeça. "Não pode ser pior do que ela já quer fazer. Na verdade, estou surpreso que ela ainda não tenha me chutado para o meio-fio."

Quando Magnus não respondeu, levantei a cabeça para olhar para o rosto dele, apenas para encontrar seus olhos percorrendo a sala enquanto ele soltava um suspiro pesado. "Erm... Atena... Por que você acha que está aqui?"

Senti o sangue sumir do meu rosto e meus braços caíram para os lados. "Ela me demitiu?"

Magnus me lançou um olhar irritado. "Isso é sério."

"Diz o homem que está bebendo uma margarita... que horas são?"

"Nove da manhã."

"Exatamente o que quero dizer."

Sua expressão ficou séria enquanto ele olhava para mim. "Você não precisa fingir que está bem com isso, Atena."

Encolhi os ombros, olhando para baixo enquanto comecei a mexer nas unhas. "Alguém tentou impedi-la? De me banir ou algo assim?"

Ele não respondeu, mas isso era tudo que eu precisava.

"Quanto tempo posso ficar aqui?"

Magnus encolheu os ombros. "Você não pode ficar aqui por muito tempo. Eu não preciso de Valentine ou Daniel vindo atrás de mim em busca de você."

Balancei a cabeça, tentando não ficar muito magoada com suas palavras. Para onde diabos eu iria quando Magnus me expulsasse?

"E Atena, não pense que aqueles seus Caçadores de Sombras não têm mais sentimentos por você. Você os aterrorizou com sua última... performance. Eles só precisam de algum tempo para pensar."

Balancei a cabeça, sem realmente ouvir o que ele estava dizendo. Minha mente estava em um trem completamente diferente naquele momento – nos trilhos que levavam ao meu pai.

Eu iria encontrá-lo. Eu iria obter algumas respostas depois de todo esse tempo.

E então eu iria matá-lo e fazê-lo pagar por tudo que tinha feito.

HELL'S ANGEL - Shadowhunters  ( Tadução )✓Onde histórias criam vida. Descubra agora