Capítulo.4 - Desafios Revelados

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A noite persistia sobre Camelot, e Morgana, após o perturbador pesadelo, encontrava-se incapaz de retomar o sono. Seu quarto, iluminado apenas pela suave luz da lua, parecia mergulhado em uma quietude gélida. Morgana, envolta em seus pensamentos, dirigiu-se à janela e observou a neve caindo silenciosamente do céu. — O que aquele pesadelo significava? Uma criatura sinistra, crianças desaparecendo... Há algo além das sombras em Camelot que eu ainda não entendo.

Enquanto a neve cobria as ruas, Morgana murmurava consigo mesma, tentando dar sentido ao pesadelo que assombrava sua mente inquieta. — Será que essas histórias antigas sobre criaturas mágicas têm algum fundamento? E as crianças desaparecendo... será que é real? - dizia enquanto observava o cair da neve sob a cidade -.

O vento frio sussurrava segredos entre as paredes do castelo, enquanto Morgana, com os olhos brilhando em azul vívido, continuava a questionar os mistérios que pareciam entrelaçar-se com sua própria jornada.

— Não posso deixar que o medo me domine. Preciso descobrir a verdade e proteger Camelot. O que quer que esteja acontecendo, eu, vou enfrentar. — Murmurava a si mesma.

Determinada, Morgana permaneceu à janela, seus pensamentos ecoando na noite silenciosa enquanto a neve continuava a cair, encobrindo os segredos que aguardavam sob seu manto branco.

O coração de Morgana acelerou quando, da janela, avistou a criatura sinistra movendo-se em direção a uma das casas, prestes a se envolver em um terrível destino. O medo se insinuou, mas Morgana, firme em sua determinação, agiu com urgência.

— Não posso ficar parada, tenho que impedir isso! — dizia, apressada, consigo mesma. — Não importa o que seja essa criatura, Camelot não pode sofrer por sua causa.

Num gesto ágil, Morgana vestiu-se rapidamente, seu olhar concentrado no que se desenrolava do lado de fora. Sem hesitação, ela se aproximou da janela e, com um domínio notável de seu poder, flutuou segurando uma adaga, em queda controlada até o solo, evitando o impacto brusco.

— Vou enfrentar isso. Se há algo ameaçando as crianças de Camelot, eu, Morgana, não ficarei de braços cruzados. — disse determinada.

Os flocos de neve dançavam em torno dela enquanto Morgana, com sua capa a envolver, avançava silenciosamente na direção da criatura, pronta para confrontar o desconhecido que se escondia nas sombras da noite. Seus olhos brilhavam com uma mistura de coragem e mistério, enquanto o inverno de Camelot testemunhava a jovem determinação de proteger aqueles que ela jurara defender.

O desespero tomou conta de Morgana quando viu a criatura sinistra alcançar a janela, silenciosamente capturando a criança que ainda dormia, envolta por alguma magia desconhecida. Gritando em agonia, Morgana chamou a atenção da criatura, que, ao vê-la, soltou um grito ensurdecedor. Sem vacilar, a criatura fugiu em direção à floresta que circundava a parte baixa da cidade, carregando consigo a inocência adormecida.

— Pare!! Devolva a criança! — Gritou Morgana.

A criatura, com seus membros desproporcionais, mantinha a criança em seus braços, seus olhos brilhando como fendas escuras. O grito de Morgana ressoou no ar noturno, ecoando pelas ruas vazias.

A criatura emitindo um som gutural — Você... não pode impedir.

Morgana, alimentada pela coragem, correu atrás da criatura, seus passos ecoando na neve sob seus pés. A floresta envolvente tornou-se o palco de uma perseguição sob a luz da lua.

— Eu não vou deixar que você machuque essa criança! O que você quer?

A criatura, com a criança nos braços, continuava sua fuga, respondendo apenas com grunhidos ininteligíveis. O cenário era de tensão e mistério, enquanto Morgana, impulsionada por um misto de medo e coragem, adentrava as sombras da floresta em busca de respostas e da criança que agora estava em perigo.

O grito agudo ecoou pelas ruas tranquilas de Camelot, rompendo o silêncio da noite. Intrigados e assustados, moradores curiosos se apressaram para fora de suas casas, ainda envoltas pelo manto do sono, tentando entender a natureza do ocorrido.

— O que foi isso? — sussurrou uma moradora assustada. 

— Olhem! O que são essas marcas? — diz um dos moradores assustado. — Parecem... não sei, diferentes.

À luz fraca da lua, eles observaram as marcas profundas deixadas pela criatura, cada impressão contando uma história de terror que se desdobrara nas ruas nevadas.

— Não vejo a nada em lugar nenhum! E essas pegadas, para onde estão levando?

"Algo terrível aconteceu. Devemos alertar as autoridades." Diziam os moradores da cidade baixa, o desespero e a ansiedade dominavam seus peitos, os olhos transmitindo o medo que a criatura causara. Quando de repente, um morador se chocou ao notar pequenas pegadas, acompanhando as da criatura na neve.

— Puta merda! — diz desesperado. — Olhem ali! Pegadas de uma criança junto às da criatura.

Um arrepio de terror percorreu a multidão enquanto o morador, com os olhos arregalados, correu para sua casa, gritando por sua filha desaparecida. A notícia espalhou-se como fogo em mato seco, deixando os moradores atordoados e preocupados, sem entender completamente o que enfrentavam.

— O QUE ESTÁ ACONTENCENDO AQUI?" — diz uma moradora com a expressão banhada em terror.

Enquanto isso, o morador desesperado corria em direção às autoridades, clamando por ajuda diante do desaparecimento de sua filha. A neve caía suavemente sobre as marcas, encobrindo o rastro da criatura na trama fria da noite, enquanto o mistério se aprofundava em Camelot. A busca solitária e destemida de Morgana permanecia oculta, uma peça crucial desconhecida nesse quebra-cabeça de eventos sombrios.

A respiração acelerada de Morgana cortava o ar frio da noite enquanto ela perseguia a criatura pelas densas árvores da floresta de Camelot. A criatura, ágil como sombras dançantes, saltava de galho em galho, movendo-se com uma agilidade sobrenatural. Morgana não hesitou, sua determinação a impulsionava.

A perseguição levou-os a uma clareira coberta de neve, onde a luz da lua desenhava padrões prateados no chão branco. Ao centro da clareira, Morgana viu a criança deitada na neve, tremendo de frio. A magia misteriosa que envolvia a criança impedia-a de acordar.

— Onde está você? — Morgana diz ofegante.

A criatura, como sombras evanescentes, havia desaparecido na densidade da floresta. Morgana ajoelhou-se ao lado da criança, seus olhos brilhando intensamente em azul, enquanto ela tentava compreender a natureza do sono profundo que envolvia a pequena.

— Você não vai escapar, eu prometo. — sussurra Morgana. — Mas antes, preciso ajudar essa criança.

Morgana, com cuidado, tentou acordar a criança, suas mãos emanando calor para combater o frio da neve. Enquanto isso, a criatura permanecia oculta na floresta, sua presença sinistra ainda pairando sobre a clareira, à espreita. O mistério se aprofundava, e a jornada de Morgana estava longe de chegar ao seu fim na noite gelada de Camelot.

Os olhos de Morgana captavam o brilho mágico da aura que envolvia a criança, mas ela se via perplexa diante da complexidade dessa magia desconhecida. A presença da criatura, agora oculta nas sombras circundantes da clareira, intensificava o mistério.

— Essa aura... é magia, mas como posso dissipá-la? Pai... — sussurrou.

Enquanto Morgana tentava decifrar a magia que mantinha a criança adormecida, ela sentia a presença astuta da criatura, que se movia silenciosamente nas sombras. A aguçada percepção de Morgana, indicava a movimentação da criatura.
— Não posso deixar que ela escape novamente. — Diz concentrada. — Mas primeiro, preciso descobrir como dissipar esse feitiço e acordar essa criança.

Com cautela, Morgana explorava suas próprias habilidades, desejando compreender e controlar a magia que a rodeava. A clareira permanecia em silêncio, apenas interrompido pelo leve murmúrio do vento e pelo brilho mágico que envolvia a cena misteriosa.






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