Capítulo.8 - Liberdade Sob o Sol Part.2

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Arthur avança solitário em direção ao campo onde as crianças são mantidas, enquanto Galahad cuida dos feridos e detém os vendedores desacordados. No campo, o silêncio é quebrado apenas pelo ranger da neve sob os passos de Arthur. O peso do recente acontecimento se reflete em seu semblante.

Ao se aproximar, Arthur testemunha a aura enfraquecida e triste que emana das crianças, lembrando-o de sua própria filha, Morgana. Um aperto em seu peito aumenta sua determinação enquanto ele se prepara para a ação.

— Esta crueldade não pode ser tolerada. Se Morgana estivesse aqui, ela também lutaria por essas almas inocentes. É hora de libertá-las e garantir que esses criminosos paguem pelo que fizeram. — Arthur pensa consigo.

Utilizando seu olho direito para discernir os pontos com energias mais fortes, Arthur identifica os outros três responsáveis pelas crianças.

Os pensamentos de Arthur se intensificam. — Esses opressores, que exploram a inocência das crianças, não escaparão do peso de suas ações. O galpão, as jaulas e o campo... devo agir rapidamente para libertar essas almas aprisionadas e punir aqueles que as sujeitaram a este sofrimento.

Arthur avança em direção ao homem, que estava observando as crianças retirarem pequenas joias das pedras mineradas pelos escravos recentemente libertos. Sem uma palavra, Arthur utiliza seu Jūryoku, fazendo com que o peso do homem triplique. As pernas dele tremem, e ele vai de joelhos, com as mãos no chão. Gradualmente, seu corpo cede sob a crescente pressão, até que, finalmente, seu peito toca o chão. O homem sente seus pulmões sendo esmagados, incapaz de emitir sequer um grito. A expressão imponente de Arthur fala mais alto do que palavras, ecoando o julgamento silencioso por trás de seus olhos.

As crianças, envoltas em suas próprias sombras de desespero, mal notam a morte lenta do homem que as observava. Seus olhares, desprovidos de esperança, refletem um cansaço profundo e uma resignação que ultrapassam a tenra idade. Os pequenos corpos magros, marcados por dias de trabalho forçado, mal reagem ao mundo ao seu redor. A indiferença triste nos olhos das crianças reflete a cruel realidade que elas enfrentaram, roubando-lhes não apenas a inocência, mas também a capacidade de se conectarem emocionalmente com os acontecimentos ao seu redor.

Arthur, a voz firme ecoando pela amargura do campo de escravos, libera um suspiro profundo enquanto seu poder transforma as correntes em pó. "Vão", ele ordena, apontando para o campo ao lado, onde pais ansiosos esperam. As crianças, outrora cativas da desesperança, agora correm com lágrimas de alívio, seus corações se libertando junto com os grilhões desfeitos. No reencontro, abraços e lágrimas entrelaçam-se, formando um mosaico emocional de liberdade restaurada, enquanto o sol brilha em testemunho da jornada superada.

Arthur encara as crianças enjauladas, seus olhos refletindo a tristeza profunda diante daquela cruel realidade. Ele absorve a visão das correntes que prendem os pequenos ao teto, forçando-os a suportar o peso de seus próprios corpos exaustos. A sala silenciosa é preenchida apenas pelo som abafado dos soluços infantis.

O Rei inspira profundamente, sua expressão firme denunciando a indignação que queima em seu interior. Seu olhar percorre cada rosto sofrido, prometendo libertação daquele tormento insuportável. Apesar de sua postura imponente, o coração de Arthur se compadece com a dor das crianças, impulsionando-o a agir.

As lágrimas dos pequenos cativos refletem o resgate iminente, uma esperança reacendendo em seus olhos. Arthur, movido pela compaixão, prepara-se para interromper esse pesadelo, prometendo um amanhecer de liberdade para aqueles que tanto sofreram.

O homem adormecido, rodeado por garrafas de rum, cujo riso cruel ecoava pelas jaulas, agora estava alheio à justiça que se aproximava. Arthur, com um golpe firme e preciso de sua espada, liberta as crianças desse tormento, proporcionando um alívio imediato às almas aflitas. A cabeça do algoz rola pelo chão, simbolizando o fim do terror.

Arthur, voltando sua atenção às crianças, usa sua habilidade para transformar as correntes que aprisionavam seus pescoços em pó, libertando-as de uma opressão brutal. Ele olha para os rostinhos cansados e assustados e, com compaixão, pergunta — Vocês estão bem? Alguém aqui se chama Sofia?

Uma das crianças, timidamente, aponta para uma garotinha frágil e apreensiva, de olhos marejados. Arthur se aproxima dela, abaixando-se para ficar ao seu nível, e gentilmente pergunta. — Você é a Sofia?

A menina assente com a cabeça, e Arthur, com um sorriso reconfortante, diz - Você está segura agora, Sofia. Ninguém mais vai fazer mal a vocês. Vamos levá-los para um lugar seguro.

Arthur, marcha em direção ao galpão onde o terceiro homem, o último carrasco das crianças, repousa alheio à sua própria condenação. O ódio acumulado durante aquela jornada de libertação se manifesta em cada passo firme.

Ao adentrar o galpão, a escuridão é rompida pela luz da lâmina de Arthur. O homem desperta sobressaltado, mas antes que possa entender a magnitude do seu destino, a espada do rei se abate com uma determinação inabalável. O som metálico ressoa no ambiente, ecoando a justiça sendo feita.

Arthur, em um gesto impiedoso, encerra de vez o esquema nefasto que se enraizava em suas novas terras. O corpo inerte do homem jaz no chão, e o silêncio, antes preenchido por gemidos de sofrimento, agora testemunha o fim da tirania. Uma página sombria é virada, dando lugar à esperança que brota da liberdade recém-conquistada pelas crianças.

Com uma mistura de gratidão e alívio, as crianças começam a se soltar da prisão física e emocional que as acorrentava. Juntos, liderados por Arthur, eles deixam aquele lugar sombrio em direção à luz da liberdade.





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