Capítulo.25 - O Preço do Poder

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Ao início da tarde, o sol brilhava intensamente no céu azul, aquecendo suavemente o ambiente. O canto dos pássaros preenchia o ar com uma melodia alegre, acompanhando a brisa leve que balançava as folhas das árvores ao redor. A luz dourada atravessava as copas das árvores, criando um jogo de sombras e luzes no chão da floresta. Sofia, com um sorriso nostálgico no rosto, se despedia do casal de idosos. A alegria de cantar ao lado deles havia trazido memórias preciosas de seu finado pai, momentos felizes que ela guardava com carinho no coração.

Enquanto seguia em direção à cabine, o som da música e as risadas compartilhadas ainda ecoavam em sua mente. A textura macia do tapete sob seus pés e o leve balanço do trem contribuíam para a sensação de aconchego. Ao abrir a porta da cabine, encontrou Morgana em sono profundo, imóvel na mesma posição em que a havia deixado. Os raios de sol entravam pela pequena janela, iluminando suavemente o rosto sereno de Morgana. Sofia observou a amiga por um momento, divertida.

— Sério? Você não muda mesmo, né? Mocinha... não vou falar mais nada, vai que ela acorda pra me bater. — Sorriu de lado, apreciando o momento de tranquilidade.

Sofia seguiu pelo corredor até o próximo vagão, onde se encontravam o bar e o restaurante. O contraste entre o calor ensolarado lá fora e a penumbra acolhedora do interior do vagão era agradável. O cheiro de café fresco e pão recém assado preenchia o ar, misturando-se com o aroma suave de madeira polida. O bar estava decorado com elegantes estantes de madeira escura, exibindo garrafas de diversas bebidas que reluziam sob a luz suave dos lustres.

Antes mesmo de passar pelo balcão, ouviu a voz de um homem que esfregava taças com um pano branco, o som do cristal sendo polido era ritmado e calmante.

— Oi, mocinha! Tranquila? Como vai aquela sua amiga beberrona? — perguntou ele com um sorriso amistoso, o brilho das taças refletindo a luz suave do ambiente.

Sofia riu, sentindo-se imediatamente à vontade. — Estou ótima! E minha amiga beberrona está bem, ainda dormindo.

— Que bom! Eu a vi ontem de madrugada. Parecia exausta, mas animada. — Disse ele, ainda sorrindo.

— É bom saber! — Respondeu Sofia, escondendo sua expressão de indignação. — Se me dá licença, preciso perguntar algo ao maquinista.

— Se for sobre o tempo de viagem, nos avisaram mais cedo. Devido à parada do trem durante a madrugada, ficamos atrasados em seis horas no cronograma. Então, vão usar força total daqui algumas horas. Nesse ritmo, chegamos depois de amanhã, provavelmente no fim da tarde.

Sofia assentiu, agradecendo a informação enquanto seguia em direção à frente do trem. As janelas do vagão proporcionavam uma vista deslumbrante da paisagem, onde campos verdes se estendiam até onde a vista alcançava, pontilhados por flores coloridas e árvores frondosas. A tranquilidade do ambiente exterior contrastava com a preocupação que sentia internamente, mas ela se esforçava para manter a calma.

— O que ela estava fazendo? Provavelmente arte, mas... o trem ter parado de madrugada... isso deixa tudo muito estranho. Bom, melhor deixar pra lá por enquanto, vou voltar e comer alguma coisa. Depois converso com ela... é, é isso que eu vou fazer.

Sofia deu meia volta e seguiu de novo em direção ao restaurante. O corredor estava animado com os passageiros, alguns conversando, outros lendo ou apenas admirando a paisagem pela janela. Chegando lá, o aroma delicioso de comida fresca enchia o ar. Sofia se aproximou do balcão e, com um sorriso, pediu seu prato favorito, algo que costumava comer com Morgana.

— Por favor, eu quero um prato de macarrão ao molho branco, com carne moída e queijo fatiado, e um suco de... pode ser maçã.

— Ok, mocinha, mas o suco não vamos ter. Não nos programamos com um grande estoque, devido ao curto tempo de viagem. Posso lhe oferecer outras opções? — disse o garçom, com um sorriso simpático.

Entre Espadas e FeitiçosOnde histórias criam vida. Descubra agora