15―more

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❝And I've moved further than I thought I could

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❝And I've moved further than I thought I could

But I missed you more than I thought I would

15―more

Se me perguntassem a quanto tempo estou aqui, não tenho certeza se saberia responder, o tempo passa diferente quando não se vê a luz do sol ou o brilho da lua por tantos dias. As vezes penso que morri, que isso já é o que acontece depois do fim da vida ―nada― apenas o vazio, o silêncio...

Deito de costas no colchão fino colocado ao chão, puxo minhas pernas contra meu peito me abraçando. Há quantos dias estou aqui? Não faço a menor ideia, mas sei que as paredes do quarto são extremamente brancas e bem pintadas, existem apenas três pequenas ―quase imperceptíveis― rachaduras na parede que tem a porta. O chão é gelado e as vezes em uma hora incerta posso o sentir tremer.

Continuo olhando fixamente para a parede a frente, minha mente está vazia, por mais que eu tente pensar em algo, nada vem, apenas um quadro branco. Ouço a porta ao lado da minha se fechar com força, encolho meu corpo e lentamente levo minhas mãos aos ouvidos, sinto meu corpo tremer antecipando o que esta por vir.

O grito rouco e desesperador ecoa pelo quarto fazendo as paredes tremerem, o choro alto que vem logo depois do grito e antecede o próximo é o que mais me destrói, outro grito, começo a chorar desesperadamente, meu peito parece se abrir e um vazio o preenche.

"Por favor." ele implora em meio ao choro e sua voz é tão nítida que parece estar no mesmo cômodo que eu.

É a mistura dos gritos, choro e súplica de Peeta que me fazem querer quebrar essas paredes e matar cada uma dessas pessoas com minhas próprias mãos. Grito o mais alto que consigo tentando abafar sua voz com a minha, soluços me escapam sem que eu possa os segurar.

Acho que nem mesmo quando perdi Kai, senti o que estou sentindo agora, doeu mais, mas aconteceu rápido, a tortura de ter que ouvir Peeta sem que eu possa fazer nada, é angustiante, é uma dor lenta e desgastante, e tudo que posso desejar todos os dias é que alguém passe por aquelas portas e me dê a chance de pedir, implorar ou o que for preciso, para me trocar de lugar com ele, me torturar no lugar dele.

"Porque você está deixando fazerem isso com vocês?" pergunta a voz doce e calma atrás de mim, seus dedos tocam meus cabelos de leve fazendo um cafuné.

"Porque eu não tenho outra escolha, Kai." sussurro. A aparição repentina de Kai, foi o primeiro sinal que meu corpo mandou como um pedido de ajuda, ele surgiu logo depois dos primeiros gritos. Eu pensei que de fato estivesse morta, que a fome e desidratação me tomaram e nunca acordei do sono, mas no fim acho que é apenas uma tentativa do meu corpo tentar me acordar e me reerguer.

"Você sempre tem uma escolha, todos temos." ele suspira. "Eu não estou mais te reconhecendo."

"Eu mudei."

CURSED- peeta mellarkOnde histórias criam vida. Descubra agora