Os jogos e Snow tiraram da garota quase tudo o que tinha.
Aurora Odair perdeu muito naquele dia, perdeu a humanidade que se apossava de seu coração doce e gentil.
Em que Aurora vai fazer de tudo para que Finnick saia vivo dos jogos.
...
Aviso rápido: Gente, eu não sei muito sobre a história familiar do Finnick, então a maioria das coisas que tem no livro que fala sobre isso, são inventadas. Só deixando claro que tirando o personagem dele em si, a Aurora, o Kai e assuntos específicos sobre a família deles, é tudo por minha conta.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
❝Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you❞
10―fix you
Meu olhar está focado na grande janela de vidro a minha frente, é dia, mas as nuvens cobrem o sol deixando a cidade coberta por um cinza mórbido, as luzes dos prédios e lojas estão todas acessas me fazendo questionar a eficacia do meu relógio e se não acordei as 7 da noite ao invés das 7 da manhã.
Nesse mesmo horário do dia de amanhã estarei indo para a arena, para a morte certa, para o último lugar em que vi Kai sorrir, falar e o tive em meus braços. As vezes sinto que estou esquecendo sua voz, esquecendo a sensação de seu abraço e então eu desejo, desejo com todas as forças que se houver qualquer tipo de paraíso, vida após a morte, ou o caralho que for... eu apenas desejo que eu possa o ver de novo, mesmo que por apenas alguns minutos, mesmo que por segundos, só quero poder dizer o quanto o amo e ouvir sua voz.
Ouço a porta se abrir e passos pesados, mas, não viro para ver quem é. "Aurora." Instantaneamente reconheço a voz de meu amigo e dou um leve sorrisinho.
"Mitch." digo. Bato de leve no colchão indicando o espaço ao meu lado para que ele possa se sentar mas não viro minha atenção para olhá-lo.
"Como está se sentindo?" o homem loiro se senta ao meu lado e posso ver com o canto do olho que suas mãos estão vazias diferente do habitual, ele não segura seu cantil, sua voz não está tão cambaleante, está baixa e calma, como se algo realmente o preocupasse.
"Estou bem, eu acho. A caminho do meu destino... sabe o que é engraçado?" digo e finalmente viro meu rosto para olhá-lo, seus olhos estão vermelhos e um pouco inchados, quase posso sentir sua dor, ele balança a cabeça fazendo menção para que eu continue. "Pela primeira vez depois de muito tempo, eu senti que as coisas poderiam ficar normais novamente, eu senti que existia esperança, mas quanto mais se aproxima da hora de entrar naquela arena, mais essa sensação se torna distante."
O loiro passa um braço por cima dos meus ombros e me puxa para si com firmeza, arregalo meus olhos de leve sentindo uma pontada de desespero ao ser abraçada assim, mas algo no abraço dele preenche um vazio em meu peito. O abraço de volta com força, e para minha surpresa sinto algumas lágrimas se formarem em meus olhos.
