8―we met

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I don't know what I'm supposed to do

Haunted by the ghost of you

Take me back to the night we met

8―we met

POSSO SENTIR UMA FINA CAMADA DE SUOR escorrer por minha testa, ela faz um percusso lento até o meio das minhas sobrancelhas passando por meu nariz e se desviando para um dos meus olhos, pisco com força quando o salgado arde meu globo ocular. A floresta é silenciosa e vazia, não posso ouvir nada além da respiração profunda de Kai, as árvores verdes balançam levemente mas quase não se percebe a presença do vento o que torna tudo ainda mais semelhante ao inferno, quente, desgastante e assustador ―não que eu saiba como o inferno se parece, mas deve ser algo assim.―

Passo sutilmente a mão pelo cabelo ruivo de meu irmão, ele dorme serenamente e de certo modo é assim que gosto de imaginá-lo sempre que posso, dormindo como um pequeno anjinho, cheio de sonhos e ambições que um dia vão se tornar realidade.

"Mas ele não está dormindo, está?" O garoto do Distrito 2 se ajoelha a minha frente, sua feição está seria apesar de tentar soar amigável ―não quero que ele seja amigável― suas roupas estão sujas quase pretas, sangue escorre por sua testa e não sei dizer se o sangue em suas mãos o pertence.

"Me deixe em paz, idiota. Pelo menos em meus sonhos." Digo entre dentes, tentando me controlar um pouco, são raras as vezes em que posso sonhar com meu irmão sem ter que o ver morrendo repetidas vezes.

"Oh vamos lá, querida. Só quero conversar um pouco, sem ressentimentos, não é?" Ele se senta a minha frente, cruza as pernas e coloca as mãos sobre elas se apoiando arqueando um pouco as costas, seus olhos azuis são penetrantes e obscuros, quase sinto vontade de chorar. "Uma alma... por outra alma, certo?"

Ele faz um sinal com as mãos alternando entre ele e Kai, um sorriso maligno se formando em seus lábios, cerro os punhos, quem esse garoto pensa que é? Agarro a gola de sua camiseta o trazendo para perto de mim, seu rosto tão perto que posso sentir sua respiração cortada tocar meu rosto. "Você quer que eu te mate de novo?"

Ele ri silencioso tirando minhas mãos dele, seu olhar cai sobre o meu me observando minuciosamente, como se me estudasse. Ele leva sua mão até o meu queixo e aperta minhas bochechas me trazendo para mais perto, quero o afastar mas não consigo, o garoto abaixa a cabeça na direção da minha orelha e sussurra baixinho como se estivesse preocupado em acordar Kai. "Você se acha tão melhor que eu não é? Tão melhor que todo mundo."

Tento me afastar de suas mãos mas ele apenas me aperta mais forte. "Deixa eu te contar um segredo, querida." Seus olhos voltam para mim, ele me olha como se nem sequer fosse um ser humano. "Você não é melhor que ninguém, garota. Você é tão ruim quanto eu e vai vir para o mesmo lugar imundo que eu vim, sabe por quê? Você é uma pessoa ruim, você deveria estar morta e não ele, e você sabe que a culpa é totalmente sua."

CURSED- peeta mellarkOnde histórias criam vida. Descubra agora