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Narrador

Durante uma semana, Draco e Lia ficaram se encontrando pelos corredores do castelo, em cantos mais vazios. Mantinham aquilo em segredo e tinham parado com pegadinhas.

- Não dá mais, a qualquer momento podemos ser pegos e expulsos. – Lia disse após quase serem pegos em um dos corredores em que Umbridge estava passando. Draco fazia parte de sua Brigada Inquisitorial, era ainda mais perigoso para ele.

- E o que você quer fazer? Quer parar com isso, quer dizer, com isso que nós temos?! – Draco se confundiu.

- É claro que não. Por mais que a gente se odeie eu... meio que gosto de “ficar” com você – ela disse, corando, e pela primeira vez Lia disse isso em voz alta e constatou que era realmente verdade. – E por mais que eu adore o perigo e essa sensação de quase sermos pegos, não podemos dar tanta bandeira.

- Então temos que achar um novo lugar. – Draco pensou por um momento. – Venha. – Ele agarrou o braço de Lia e a levou para fora da escola, indo em direção à floresta negra.

- Você ficou louco, Malfoy? A floresta? Você que é um covarde não aguenta nem uma hora aí.

- Se eu não me engano tinha uma cabana por aqui, a Pansy me mostrou uma vez para que pudéssemos, hmmm... – ele deixou a frase no ar, mas Lia tinha entendido muito bem. – Enfim, uma vez fomos pegos voltando para a escola e a Pansy nunca mais voltou para esse lugar.

- Não sei não, não estou muito a fim de acabar dando de cara com aquela vaca. – Lia cuspiu a palavra. Draco não pôde deixar de rir do comentário.

- Relaxa, você confia em mim?

- Na verdade, não.

- Você aprende. – Lia fez uma careta. – Tá legal, pensa que se você for pega, eu também sou e qualquer coisa meu pai... – ele não continuou a frase.

- Eu não vou mesmo ser mais uma que quando está em uma enrascada pede a ajuda do “papai Malfoy”. Eu não sou interesseira como todas as garotas que você se encontrava nos cantos da escola. Se formos pegos, arcaremos com as consequências. – Draco abriu a boca para contestar, mas a fechou tão rápido quanto abriu.

- Se é assim que você quer. Vamos!

- E só para constar, “isso” que você mencionou que nós temos não existe, você sabe, não é?! “Isso” é apenas diversão.

- Claro – disse Draco com um leve tom de desapontamento na voz.

A cabana era bem antiga, isso era evidente em sua estrutura. Bem camuflada por fazer parte de um tronco de árvore, uma pessoa sozinha que não conhecia o caminho não a encontraria. Por dentro não estava em um péssimo estado, mas também não estava completamente limpo.

- Eu venho aqui às vezes, quando preciso pensar. Como a Pansy nunca vem mais aqui, esse lugar se tornou meu. É bem confortável até – disse Draco enquanto acendia algumas velas, clareando o lugar.

- Você já mostrou para mais alguém? Alguma das garotas que você namorava?

- Sem ser a Pansy, não.

- E por que você está mostrando para mim? Eu posso muito bem ir contar para qualquer professor.

- Mas você não vai. – Lia arqueou as sobrancelhas em desafio. – Por mais que nós já tenhamos nos odiado, depois daquela vez em que ficamos presos, algo mudou e você sabe disso.

- Draco, para de ser viado!

- Você, Talita, em especial, sabe que eu não sou viado. Já te mostrei várias vezes do que sou capaz. Agora, será que podemos terminar o que começamos naquele corredor? Não gosto de deixar as coisas inacabadas. – Draco sorriu com um sorriso maroto.

- Ainda odeio você, Malfoy – disse Lia sorrindo e se aproximando dele, envolvendo o pescoço dele com seus braços.

- O sentimento ainda é recíproco, Talita. Pelo menos isso nós ainda temos.

- Cala a boca e me beija.

Eles voltaram a se beijar do momento onde pararam, mas dessa vez aprofundando ainda mais.

Depois de acordarem nus no chão, um nos braços do outro, voltaram para Hogwarts a tempo do jantar.

Mirror|DRACO MALFOYOnde histórias criam vida. Descubra agora