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- Severo... por favor...

- Avada Kedavra!

Dumbledore tombou para trás e caiu da torre.
As coisas pareceram um borrão a Draco depois disso. Durante o momento em que o corpo do diretor caía pela torre, ele não reagiu, só voltou a se mover quando sua tia, Bellatriz, o puxou pelo braço e começou a empurrá-lo escada abaixo para fugir do castelo, com Snape à frente.
Sua visão estava embaçada e foi quando percebeu que estava chorando. Enquanto os três desciam a escada em espiral da Torre de Astronomia, ouviu as palavras de Lia ecoando em seu subconsciente.
Fora há aproximadamente meia hora. Há meia hora Draco perdera a coragem que talvez sequer tivera.
Ele havia acabado de sair da Sala Precisa após verificar uma última vez se o Armário Sumidouro funcionava bem. De alguma forma, Lia o achou enquanto se dirigia à torre e o parou. Draco só entendeu que era ela ao se virar, ou teria lhe lançado uma maldição.

- Draco - ela murmurou. - Ainda não é tarde demais. Você sabe que não é. Não faça isso. Por favor, fique.

- Eu não posso, Lia - ele respondeu. - Eu realmente não posso. Ele vai matar a mim e aos meus pais se eu não fizer isso.

- Nós podemos fugir, agora mesmo, e ele nunca vai te achar.

- Você não o conhece - Draco começou a soltar o braço. - E eu não quero e rezo para não conhecer. Eu já estou perdido, mas não quero que você também esteja. Snape não quer mais saber de nós. Volte para o dormitório.

- Não. Se você continuar com isso, vou ficar ao lado de Hogwarts, daqueles amigos de Harry Potter.

- Lia...

- Draco, não faz isso - Lia implorou. - Eu te amo.

Foi como se ele tivesse recebido um soco no coração.

- Sinto muito. - Puxou o braço de uma vez e apressou os passos para ir embora, deixando-a sozinha.

Agora, descendo os degraus em direção à Sala Precisa, a última frase dela continuava a reverberar no seu crânio. Tia Bella ia rindo pelos corredores, Snape ia calado, Draco mais calado ainda. Quando chegaram ao corredor da Sala, entretanto, encontraram a batalha: os Comensais da Morte contra os alunos, a maioria de pijamas. Algumas pessoas estavam caídas no chão, inconscientes, talvez mortas.

- Para o outro lado! - Snape bradou a ordem sobre o barulho e deu a volta para outro corredor. Alguns alunos tentaram impedi-los. Draco ouviu Potter berrando para eles.

- Draco!

Ele girou automaticamente. Lia corria até ele, descabelada e com arranhões pelo rosto. Draco voltou a correr antes que ela chegasse perto demais, mas mesmo assim ela o alcançou.

- Aonde você vai?

- Fugir. É isso que eu faço, e você também não deveria estar aqui.

- Você matou o Dumbledore mesmo - ela sussurrou, os olhos mostrando a decepção.

- Não, Lia - ele disse depressa, desesperado, segurando o rosto de Lia em suas mãos. - Não fui eu, eu juro, foi o Snape.

- Você sabe que eu não acredito nisso.

- Acha que eu mentiria?

- Acho. Você já não é mais o Draco que eu conheci. Nenhum dos dois.

- Eu nunca garanti que fosse - Draco disse. - Você me prometeu que ficaria ao meu lado sempre, mas eu entendo. Desculpe te decepcionar, mas não há volta. Eu tenho que ir, agora. Se um dia voltarmos a nos encontrar, vou te recompensar. Apenas se mantenha segura. Adeus.

Draco depositou um beijo nos lábios dela e voltou a correr para acompanhar Snape e Bellatriz.

Narciso se olhou no espelho, se apaixonou. Draco sentiu a mesma coisa há anos quando olhou Lia, porém não se viu, viu o que faltava em si.

Mirror|DRACO MALFOYOnde histórias criam vida. Descubra agora