Capítulo 10 - Por que eu? (part.1)

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Sempre lidei com meus inimigos friamente, calculando os riscos e variantes, buscando a melhor forma de neutraliza-los e derrotá-los.

Mas não posso exigir isso do ômega sentado a meu lado, apenas poderei ensiná-lo no futuro à lidar com esse tipo de situação sem ir parar na cadeia ou morto.

— Sabe o quão imprudente você foi se colocando em perigo desta forma?

— Não. — Foi sarcástico — Nunca me considerei uma pessoa violenta, sempre optei por resolver meus problemas no diálogo, mas tem certas ocasiões que apenas o diálogo não é suficiente — Responde tirando uma sujeira invisível e inexistente da unha — Aliás tudo isso é culpa sua — Acusa.

— Minha? — Pergunto incrédulo.

— Isso. — Diz com tranquilidade.

— Você bebe, ataca e é atacado por dois ômegas, é agredido por um alfa, vai parar na delegacia e eu que sou o culpado? — Desdenho.

— Se não estivesse tão desesperado para me prender a você em um casamento por conveniência, marcando o noivado para amanhã sem me consultar, eu não teria me estressado e aceitado ir a boate, não teria bebido, encontrado meu ex, dado uma desculpa esfarrapada para ir ao banheiro, consequentemente não escutaria os absurdos que aquelas duas najas falaram sobre eu, meu amigo e nossos familiares, não teria me irritado, surtado e agredido eles, não teria sido atacado pelo babaca do irmão de um deles e não teria ido parar na delegacia. — Finaliza ofegante e com o rosto completamente vermelho.

Rio em deboche com a ousadia do ômega em me acusar pelo próprio descontrole.

— Você encontrou seu ex? — Perco o foco momentaneamente quando noto esse pequeno detalhe.

Eu não sabia que Nam Joo-Hyuk era ex do Jimin, pensei que fosse apenas só mais um Alfa idiota em busca de uma noite com um ômega bonito.

Hobi também não me deu muitos detalhes sobre o alfa, e na ficha do ômega não dei atenção a seus antigos relacionamentos por não achar necessário ou considerar uma possível ameaça futuramente, vejo que eu estava errado.

— De tudo que eu falei você só prestou atenção nessa parte? — Foge da minha pergunta.

— Não me respondeu — O pressiono quando ele hesita.

— Foi só uma coincidência — Desvia o olhar — Eu não esperava esbarrar com ele na boate mas aconteceu — Da de ombros — E eu não deveria estar te dando explicações, ainda não somos casados nem tampouco somos próximos — Volta a se irritar.

— Devo me preocupar com essa reaproximação? — Ignoro sua rispidez.

— O quê? Óbvio que não. — Franze o cenho e escuto seus batimentos aumentarem.

Não sinto firmeza em sua afirmação mas decido deixar de lado por enquanto.

— Ótimo! — Finalmente dou partida.

— Me deixe em qualquer hotel no centro, não quero levar sermão dos meus pais por chegar nessas condições e meu hyung não está em casa para me dar cobertura.

Só então lembro do seu pequeno machucado no lábio.

Coloco o endereço no GPS e seguimos, no caminho dou uma pequena parada em uma farmácia vinte quatro horas e compro algodão, soro fisiológico e pomada, o necessário para limpeza e um curativo rápido.

— Ainda não acredito que você caiu no tapa com os Choi — Retorno o assunto anterior enquanto finalizo o curativo.

Ele suspira parecendo exausto.

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