Capítulo 15 - Impulsividades

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Mesmo me olhando de igual para igual, Namjoon hyung sempre respeitou a hierarquia. Ele é uma das mentes por trás da glória de nossa organização e eu reconheço sua importância, por isso não hesitei em antecipar sua nomeação ao cargo de líder do conselho e meu braço esquerdo quando assumi a liderança, seu pai quem ocupava o cargo anteriormente.

Foi ele quem esteve comigo - mesmo que como um tipo de punição por ter tomado o Jin hyung como ômega o marcando sem permissão do meu avô - quando fui enviado a um tipo de "exílio de treinamento" depois da minha primeira transmutação aos oito anos de idade.

Meu lobo estraçalhou mais de oitenta subordinados do meu avô na época, que tentavam conter meu lobo o que é um pouco irônico já que fui forçado a tentar a mutação desde os cinco anos, muitas vezes chegando a extrema exaustão e quase óbito por quebrar praticamente todos os ossos do meu corpo e não conseguir chegar ao estágio final por ser muito novo.

A beleza da transmutação não é mais feita a muitas gerações por causa do avanço da tecnologia e a falta de necessidade, nos afastando cada vez mais do nosso lupino interior. Mas a família Jeon insiste nisso por nos tornar mais próximo do nosso lobo e consequentemente mais forte.

Também foi nesses anos ao meu lado que o hyung me ensinou uma lição para vida.

"Ganância gera traidores, mas respeito e medo gera seguidores leais"

Ele diz que se não tivermos o respeito e medo de quem nos segue não teremos sua lealdade. Por isso trato todos com dignidade, investindo e capacitando cada um que trabalha na linha de frente comigo ou para mim, além de garantir que suas famílias serão amparadas caso alguma fatalidade venha a acontecer enquanto estão em suas funções.

Nosso trabalho é em uma área de risco, qualquer deslize custará sua vida ou a do seu companheiro.

Mas é uma via de mão dupla, caso haja traição não só o traidor perderá a vida como também seus familiares, temos essa regra para evitar possíveis retaliações por vingança.

Mas existem exceções, sempre haverá exceções, sempre vai ter um corajoso ou burro o suficiente para tentar a sorte, que nunca estão satisfeitos com o que tem, que colocam sua ambição acima de qualquer coisa, que se acha melhor e mais merecedor, que cobra ao universo algo que ele não o deve. E esse tipo de pessoa a gente tem que eliminar ou ela se espalha como uma doença contagiosa e acaba contaminando tudo com suas ideologias distorcidas.

Uma pena o antigo conselheiro padecer em um assalto mal executado em sua residência junto a todos de sua família logo após voltar de um jantar no restaurante do Jin hyung. Lamentável.

— Todos da cúpula do conselho estão horrorizados e cobrando explicações sobre sua atitude impensada na reunião. Sabe o quão bem quisto era o senhor Jung — Ele inicia.

Eu entendo a preocupação do Namjoon hyung, mas fui ensinado a não baixar a cabeça e nunca me deixar ser desafiado daquela forma, não é soberba, é reconhecimento.

Eu reconheço o meu esforço para manter tudo em ordem, reconheço o quanto abri mão da minha própria vida para me dedicar a organização, o quanto abri mão do básico em prol da máfia, mergulhei na imensidão da escuridão e solidão que é ser líder, mais de dez anos comandando e prezando pelo bem estar das famílias que dependem da minha boa gestão.

Mas minha atitude pesou um pouco porque o Jung foi o único que continuou da antiga liderança. Na época o permiti ficar por sua experiência e "lealdade" a nossa organização, seus anos de contribuição ao lado do meu avô contaram na minha decisão, mesmo eu não concordando com algumas atitudes suas.

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