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Carlos César B. Thronicke…

-quem era ela?- perguntou Soraya ao entrar dentro de casa.

-e quem era aquele homem?- perguntei ao colocar as sacolas no sofá.

-me responda primeiro!- veio atrás de mim. -quem era aquela mulher que tava dando em cima de você?

-Priscila não tava dando em cima de mim!-

-ah, então cê sabe até o nome dela?- sorriu debochadamente.

-você não respondeu minha pergunta, quem era aquele homem?- não pude deixar de notar que Soraya ficava mais linda ainda com ciúmes, sei que era ciúmes.

-não importa!- saiu e foi para o quarto.

Hoje tínhamos tirado o dia para fazermos compras para o
nosso bebê, que ainda não sabemos o gênero. Mas também parece que a manhã de hoje foi feita para me estressar e estressá-la também.

Enquanto Soraya estava escolhendo algumas roupas para nosso bebê, eu tinha ido atender uma ligação que tinha recebido, e quando voltei, um homem estava perto dela, tocando em seu braço, e o pior, parecia que ela tava nem percebendo e deixando que ele a tocasse.

-importa sim! Desde que nos casamos, tudo que você faz ou deixa de fazer me importa!- ainda a encontrei no corredor.

-o problema é que somos míseros conhecidos, é, não passamos disso!- parou e se virou para me olhar. -não nos amamos, não nos gostamos, a gente só se suporta todos os dias! Entenda!- e entrou no quarto.

Fiquei parado a vendo entrar no quarto. Sinto que aquilo foi rasgando meus ouvidos ao ouvir. Ainda abri e fechei a boca várias vezes, balbuciando baixinho coisas desconexas, junto também do abrir e fechar de meus olhos.

Puxei o ar várias vezes, e então entrei em meu quarto. Peguei apenas um paletó e voltei de novo para a sala, peguei uma das sacolas que continha um presente para minha mãe e saí silenciosamente.

-mãe!- exclamei quando cheguei em sua casa.

-filho! Cadê Soraya?- veio até mim e me abraçou.

-está em casa...- suspirei.

-aconteceu algo com vocês, não foi?- pensei bem e decidi negar com a cabeça. -fala César!

-não mamãe, só vim...trazer um presente pra senhora.- ergui minha mão com a sacola.

-ah filho...não precisava meu amor.- nos guiamos para o sofá.

-onde está meu pai?- a vi ficar em silêncio e olhar para suas mãos. -onde ele está?

-eu não sei...ontem a noite nós brigamos e...ele saiu e não voltou até agora...- passou as mãos em seus cabelos. -deve estar me traindo com alguma mulher.

Infelizmente papai tinha essa mania de viver traindo dona Odalí, minha mãe. Não vejo necessidades de trair um parceiro ou parceira, principalmente mamãe, que é uma mulher maravilhosa.

-papai não aprende mesmo!- revirei meus olhos.

-deixa filho, não ligo.- disse mãe após sorrir.

-porque a senhora não se separar dele, hum?- resolvi soltar essa pergunta.

-tentei, né? Ele não quer assinar o divórcio, mas também não quer me tratar e me respeitar como esposa! Mas deixa!- disse ao respirar fundo.

Conversamos bastante, mamãe como sempre sendo minha melhor amiga. Evitava o nome de Soraya, desviava a conversa quando ela era citada, tudo para tentar esquecer a briga de hoje, o que não ajudou.

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