Cap 15 - Eu não sinto nada

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P.O.V João Vitor:

Depois de tudo aquele problema passar, ele foi embora pra sua casa - depois de 30 minutos de minha insistência, dizendo pro garoto que eu estava bem e que ele podia ir-

Eu gosto muito de ficar com ele, sério mesmo

Mas ele precisa descansar, ele não é obrigado a ficar aguentando esses meus surtos e pesadelos

Ninguém é

Eu sabia que ia acabar dormindo de qualquer forma, então, estava tentando dar um jeito de me acalmar sozinho, pois tenho quase certeza que vou ter algum pesadelo

E enquanto eu estou lá, eu não consigo reconhecer que é um sonho, mesmo lembrando das cenas levemente semelhantes. É estranho

Pensei em tomar remédios pra dormir, mas desisti logo de cara. Não ia acabar mais ainda comigo

Pra dormir um pouco mais tranquilo, pensei em ir no alto do prédio que eu sempre ia, não tem como ninguém me encontrar lá, então é pra lá que eu vou

Tomei um banho, me troquei, ajeitei o cabelo, conferi meus gatos e suas coisas, peguei minha bolsinha, um livro, a chave do carro, e fui até lá

Descendo, já vi seu Márcio, sabia que ele ia perguntar, mas não ligo de falar com ele

J- Oiii seu Márcio!

Digo me aproximando da portaria do local

M- Eaí João? Como você tá garoto?

J- A, mais ou menos sabe? Ando meio preocupado

M- Entendo... Mas eaí? Deu certo o "encontro" com aquele rapaz estiloso?

J- Deu sim! Foi muito bom seu Márcio! Muito, muito, muito abrigado mesmo por deixar!

M- Que que é isso meu filho, não precisa agradecer não, o importante é que deu certo, agora entra, antes que te percebam, vai!

Ele abriu o portão pequeno, eu agradeci e entrei rápido pro prédio

Subi, e novamente estava lá, no terraço

Não vou negar que era muito lindo ver tudo de lá de cima, era uma das melhores vistas que tem em toda a cidade

As luzes, as ruas, os sonhos presos em cada pessoinha que andava lá em baixo.

Que por mais alta que fosse, ficava do tamanho de uma formiguinha quando vistas de lá de cima

Cada pessoa ali, guardava um sonho, um segredo, uma vida, um sentimento

Cada uma, tinha uma vida totalmente diferente uma das outras

Umas com sonhos a realizar, outras que já desistiram. Umas confusas, outras sem nenhuma dúvida

Assim que me sinto seguro, me solto pra chorar, e tirar tudo aquilo do meu peito, todo aquele peso e todos aqueles sentimentos guardados

Eu estava rodeado por pensamentos, mágoas, memórias, alegrias...

Aquilo era um momento libertador

Lembro que tenho poderes de vento e começo uma brisa geladinha e calma

Isso chega a ser aconchegante

Estava uma calmaria só, apenas eu e eu, refletindo tudo, sem ter que dar explicações a nada, nem ninguém

No meio daquela paz, sinto minhas mãos começarem a esquentar além do normal, quando as olho, estão totalmente normais

Ok, eu acho que estou enlouquecendo não é?

Escolhidos, pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora