Cap 7 - Shopping

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P.O.V João Vitor:

Estávamos indo pra praia apé em silêncio. Não estava conseguindo puxar assunto direito depois do que aconteceu

Não porque eu não tenha gostado ou não quero que se repita, não, nada disso

Mas eu só não tô conseguindo, eu acho que deve ser um pouco de vergonha, mas eu não tenho certeza. Eu não consigo tirar aquela cena da mente de jeito nenhum, e sempre que eu lembro, meu coração começa a bater mais forte, parece que vai sair pela boca

P- Ei, tá tudo bem?

J- Tá sim, por que?

P- Não sei, tá parecendo estranho ou... Pensativo

J- Impressão sua

Continuamos em silêncio até chegar na praia

J- Chegamos!

Sai correndo pra perto d'água, todo animado

P- Ei! Me espera!

J- Me alcança então!

Saímos correndo pela praia deserta igual duas criancinhas. Igualzinho eu fazia com meu melhor amigo quando crianças

Ele me alcança e me puxa pelo braço, fazendo com que nós 2 começássemos a rir estericamente

J- Isso foi muito bom

P- Né, mas agora vamos sentar lá perto do mar, vem

Nós fomos quase que na beira e nos sentamos, igual de madrugada

O mar estava calmo com ondas bem suaves, estava lindo, uma brisa refrescante e levemente gelada, isso sim que é vida

P- O mar é lindo né?

J- Muito... Eu sempre gostei de observar

P- É, a gente tem que valorizar as coisas, apreciar cada detalhe, porque elas acabam indo rápido demais, quando se vê, já passou

J- Você tem razão... Tudo passa rápido, parece que era ontem que eu tava chorando no meu apartamento pensando que meu sonho nunca ia dar certo, sendo que eu nunca tinha nem tentado

P- Parece que foi ontem que saí da casa dos meus pais pra realizar meu sonho

J- É estranho né?

P- O que?

J- Tudo, literalmente tudo. Tem hora que as coisas passam num piscar de olhos, outras demoram bilhões de anos. Coisas que um dia foram relevantes, já não são mais. Tristezas que pareciam eternas, hoje já mal se lembram

P- Caramba... Pegou na alma sabia?

Nós demos uma risadinha

J- É, mas realmente é a verdade né?

P- É, eu sempre penso que temos que viver sem medo do arrependimento, as coisas acabam rápido demais

J- Você tá certo

Dessa vez, eu deitei a cabeça em seu ombro, ele me abraçou de lado e ali ficamos por mais uns 20 minutos

P- É bom ter companhia as vezes

J- Você costuma ficar muito sozinho?

P- Na verdade sim, não tenho amigos e não tenho muito contato com a minha família

J- Bom, podemos ser amigos não é? Depois me passa seu número, aí você não vai mais ficar tão sozinho

Ele deu uma risadinha

P- Obrigado João, mesmo

J- Não precisa agradecer, sua companhia me fez bem

P- A sua também

Escolhidos, pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora