Cap 31 - A caminho da verdade

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P.O.V Pedro Tófani:

Sinto raios começarem a dar choques doloridos em minhas mãos

Meus sentimentos eram raiva, raiva pura

Agora oque realmente eram fatos, não entravam pela minha cabeça

Eu não consigo acreditar que a pessoa que eu chamo de mãe, a pessoa que me criou, me ensinou e que eu tanto amo fez isso comigo

Ela me enganou por anos, fez com que eu ficasse sozinho minha vida inteira por causa do medo do abandono

Ela mentiu, ela me traiu

Ela me afastou do João. Ela foi quem realmente me machucou!

J- Pedro, se acalma, por favor

Eu não sei se minha raiva ou meu choque eram muito evidentes, mas João parecia aflito, preocupado com tal cena. Ele colocou a mão do lado de meu rosto e o acariciava, me deixando um pouco mais calmo

P- Eu não consigo acreditar João... A culpa é dela! A culpa é toda dela! Eu... Eu me isolei por culpa dela! Eu não tive amigos por culpa de uma mentira! Eu perdi a pessoa que mais era importante pra mim por culpa dela!

Era difícil pra acreditar que eu estava falando sobre a pessoa que era mais importante pra mim, pra ela mesma

Meus olhos já cheios de lágrimas contidas. Minha vida toda foi moldada por uma mentira! A troco do que?!

Minha visão até um pouco turva estava. Batimentos acelerados, tudo aquilo era ódio

Eu nunca imaginei que sentiria isso por uma das pessoas que mais amei no mundo

J- Lindo, respira comigo

Respiramos fundo 3 vezes, enquanto eu tentava controlar as lágrimas, pra que elas não escorreressem

P- Ela... Ela me tirou de você!

Mesmo que eu segurasse, as lágrimas caíram

Era como se agora quem estava conversando com João, era aquela pequena criança, que tinha tanta saudade e tanto medo

O garoto me puxa pra um abraço forte, muito forte

J- Eu tô aqui agora tá?

Ele estava chorando, chorando incansavelmente. Sua voz estava trêmula, e eu conseguia sentir sua mãos tremendo um pouco. Era como se todos aqueles sentimentos de quando éramos crianças que foram separadas estivessem voltando agora. E eu estava igual a ele

Era um reencontro. Não um reencontro nosso, um reencontro daqueles garotinhos de 5 anos

Naquele momento, éramos só melhores amigos, morrendo de saudades um do outro

P- Eu senti tanta a sua falta...

Por mais que eu achasse impossível, eu chorava mais ainda, bem mais do que antes

Nesse nível, nós dois já soluçavamos

Aquilo era tudo que aqueles garotinhos sempre sonharam

J- Eu também, meu garotinho...

Ele diz baixo, tão baixo, que se não fosse pela proximidade, eu não escutaria

Aquele apelido, apenas aquele apelido fez com que eu lembrasse de uma parte da nossa história que eu já havia esquecido

*Flashback on (junho, 1999):

P.O.V Pedro Tófani:

J- Pepê

Escolhidos, pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora