Ai de mim, desejar um momento de sossego mental. Acorda. Levanta. Faz isso. Faz aquilo. Refaz. Aprenda. Muda. Mova-se. Se veja. Vá. Eu vou. Me vejo. O que acho que estou fazendo? Por que me pareço vazia? Grite! Esperneie! Exploda de uma vez! Não. Cale a boca. Cale-se! Não sei o que há. Sabe sim, você sabe bem. Não existo atoa. Não dê ouvidos à ela. Repito, não dê ouvidos à ela! Não adianta tentar me ignorar, sempre estive aqui. Por quê? Por que não me deixa em paz? Porque Eu sou Você, bobinha, e a menos que machuque a si próprio, não a deixarei. E mais um dia se vai. Em algumas horas, outro dia aparece. E tudo recomeça. Eu e a maldita impostora travamos novamente outra batalha. Nos alfinetamos. Discutimos. Debatemos variados assuntos pessoais. E eu ainda sigo tentando silenciá-la. De uma forma que não perceba o que estou fazendo, até já estiver feito. Não a tenho como inimiga, muito pelo contrário. Como gosta de deixar claro, ela é parte de mim, somos a mesma pessoa. Só precisamos encontrar um jeito de nos unir de maneira saudável. De maneira que uma não precise destruir a outra para existir. Então que a impostora se torne aliada, mesmo que dure mais tempo do que espero. Mesmo que o pensamento de derrota venha como uma avalanche. Afinal não posso me dar ao luxo de desistir de mim mesma. Logo de mim? Não. Nunca.

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POR FAVOR, LEIA-ME
PoetryUma coletânea de emoções, angústias, medos e prazeres. Em outras palavras... sentimentos em forma de texto.