Carta IV

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13 de abril, 2018


Querida Bell,

Nem consigo acreditar que me fez escrever uma carta! Se bem que a única pessoa capaz de tal artimanha seria você.

Quanto tempo! Foram quase sete, oito anos? Por , eu creio... nossa, não dá para descrever o quanto suas palavras me pegaram de surpresa... realmente não são boatos o que dizem sobre a talentosissima escritora/professora por toda região:"Sua beleza e simpatia enche os lugares pelo qual percorre". Sua escrita atravessa o coração, e chega à alma" (palavras do site avidaeagora.com) eu nunca duvidaria de tais elogios. Se há alguém que resista à esses belíssimos olhos negros, eu desconheço. E prefiro não conhecer.

Você disse que fui o seu primeiro amor. Para mim, você foi a única mulher que realmente amei nessa vida. Não houve ninguém antes. Não há ninguém depois. O que fomos um para o outro, provavelmente não chegará nem perto do que um dia serei para alguém. Porque nunca é a mesma coisa. São momentos diferentes, em anos diferentes, em relacionamentos diferentes. O que passou foi único, verdadeiro. E isto, guardarei para todo o sempre.

Me referindo agora as boas-novas que me destes... fico feliz pela Ângela. E pelo fato de ainda serem amigas. Vocês duas formam uma ótima dupla, desde as situações mais simples, às mais complexas. Sério. Passaram-se anos, e mal sabia que na verdade aquele garotinho do aniversário era secretamente apaixonado por você. Por isso ele não queria me ceder o lugar. Mas veja que engraçado, ele a trocou por um prato de doces. Isto me trouxe alegria ou raiva? Só sei que me dei bem. Se não fosse assim talvez nunca a tivesse conhecido por completo. Não me arrependo de nada.

Como você mesma disse, fiquei mais velho, tenho uma vibe de "surfista do campo" agora. E não, não sou um solteirão cobiçado... bem, quem sabe um pouco, porém nenhuma das mulheres que conheci me interessou. Não que não fossem pessoas boas. A maioria delas eram sim. É só que algo me diz que quando eu encontrar a "minha parceira", vou sentir. Assim como senti que fosse amar você.

Quero também me desculpar pela demora. Haviam muitas correspondências. Eu não esperava, sabe. Quando vi o remetente, congelei. E ao ler todas aquelas coisas, me peguei pensando em como estaria, onde. Se seus cabelos ainda são escuros como a noite, ou se já os tingiu. Se sua pele reluz como ouro ao amanhecer ou se anda queimada pelo sol. Se alguém já a cativou, ou se está apenas esperando... como eu.

P.S: Agradeço por cada elogio. E espero que possamos sair qualquer dia desses.

Carinhosamente,

Jhony

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