Querido leitor.
Eu acho que você já sabe bastante sobre mim, sabe uma parte da minha vida amorosa, sabe que sou insegura e inconstante, que tenho medo e uma fragilidade tangível e irritante que insiste em se mostrar ao mundo. Não há como saber menos depois de ler esse confessionário. Poderia chamá-lo de padre e pedir-lhe minha penitência?
Apenas eu cometo pecados? É justo? A vida é justa, caro padre interino? Quais santos estão a favor dos que falham? Se é que existe alguém a favor de nós...
Me sinto em um daqueles filmes de drama sem final feliz. Sabe, padre, as vezes ser só tem suas vantagens, mas na maioria das vezes é tão difícil.
Dê-me as penitências. Inclua na lista de punições algo de luxúria e prazer... Não direi nada além, mas se entendes errado, o pecador não sou eu.
Bom, parece engraçado, mas estou furiosa, e a parte engraçada é que estou furiosa porque me sinto solitária. Capítulos atrás eu disse estar preparada para amar, mas existe, em algum lugar do mundo, alguém disposto a me amar?
Que drama.
Definitivamente morrerei só. Me puna se acha que estou sendo dramática demais, reclame se não gostar desse capítulo, mas me deixe reclamar da minha desgostosa solidão; e que desgostosa essa solidão.
Que drama horrível.
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Minha alma densa
Poesía"A densidade da minha própria alma dói e me faz querer desistir."