O sorriso

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Hoje eu respiro aliviado, mesmo que ainda temendo minha mente sabotadora. Sinto-me satisfeito quanto aos efeitos que seu nome tem sobre mim; calmo, satisfatório, esplendoroso.

Não sinto minha alma completa, mas isso já não diz respeito a ninguém; ou sim. De fato, não há em mim, enquanto escrevo esse texto, amor algum a respeito de mim mesmo.  Sinto que, depois de tantos erros, minhas qualidades escaparam em meio as lágrimas.

Não me exergo alguém bom o suficiente.

Mas suficiência se limita à bondade? Ou qualquer coisa o torna suficiente? Seria a sociedade capaz de nos tornar suficientes em nossa insuficiência? De qualquer forma, não vejo em mim algo do que me orgulhar; sequer minhas palavras são boas aos meus olhos.

Embora haja verdadeiramente motivos para que eu me sinta suficiente, não o sinto. E sigo sorrindo constantemente na tentativa de dissimular minha incompetência e insatisfação.

Ainda sorrio.

Apesar de tudo.

Mas esse conto, caro leitor, é para ser satisfatório, no máximo triste. O drama me assola de tempos em tempos, e eu o deixo me consumir até que não reste nada e eu precise me refazer sozinho, sem ajuda; sem parceiros.

E ainda sim, sorrio.

Minha alma densaOnde histórias criam vida. Descubra agora