A neblina de Nova York envolve a cidade, como se eu estivesse prestes a morrer sufocada com o ar impuro. O som incessante dos carros, combinado com o pulsar vibrante da cidade, é estranhamente desconfortável, mas prefiro esse desconforto à atmosfera tóxica que deixei para trás.
Ao meu lado, Henrique dorme serenamente no banco do táxi, alheio ao caos da cidade que se desenha pelas janelas. A viagem nos conduz por ruas que parecem labirintos de concreto, e eu me perco na teia de luzes que se estende até onde a vista alcança.
- Nova York... - Sussurro para mim mesma, sentindo uma mistura de tristeza, mas felicidade por voltar.
Meu coração acompanha o ritmo acelerado da cidade, uma sinfonia de buzinas, sirenes e conversas apressadas.
Henrique permanece adormecido, confiando que a cidade que nunca dorme cuidará de nós. Olho para ele e sorrio, agradecida por ter alguém assim ao meu lado.
- Você está bem?- Pergunta Henrique ao despertar, seus olhos inchados pelo cansaço, fazem ele usar as mãos para coçar os mesmos.
- Sim, estou bem. Só tentando me acostumar com toda essa agitação.- respondo, reconhecendo a ironia da situação.
[...]
- Vamos Sn, é só entrar, você voltou para casa - Henrique me dizia, me impulsionando para bater na porta - Não é como se fosse um lugar que você não tem costume de estar.
O garoto estava ao meu lado. Henrique segurava a alça de sua mochila, e com a mão livre, usava para segurar sua mala, foi naquele momento que eu percebi que não era apenas eu quem estava em casa agora, então decidi tomar coragem e bater a porta, ouvindo passos rápidos vindo do lado de dentro.
A porta se abriu, e a primeira figura que vimos foi Luna. A garota abriu a porta e soltou um sorriso imenso, vindo para minha direção e me abraçando o mais forte possível. Soltei uma risada nervosa ao me perceber completamente esmagada nos braços de Luna.
- Luna, você 'tá me sufocando.
Falei, enquanto a garota me segurava, ainda de uma forma forte.
A menina me soltou e segurou meus ombros, tirando completamente o sorriso animado, e pondo um sorriso constrangido em seu rosto.
- Desculpa - Falou a garota - Eu acho que me empolguei um pouco... Só um pouco.
Henrique permaneceu ao meu lado, e eu o guiei para dentro, onde avistei Elena. Corri em sua direção, abraçando ela o mais forte que pude, desta vez, quem teve que pedir desculpas pela força do abraço fui eu.
Ao mesmo tempo, Luna abraçou Henrique.
Uma grande quantidade de tempo sem se verem, é compreensível.Quando soltei Elena, ela passou os olhos por cima de meus ombros, e viu Henrique. Nunca vi Elena tão animada assim em minha vida, já que ela correu para abraçar ele, que retribui com um ânimo incrível.
[...]
- E depois de tudo isso, de toda essa briga, de toda essa palhaçada que eu, sinceramente, sabia que iria acontecer em algum momento, ela teve a coragem de continuar me tratando como nada, e não acreditou em mim, como ela sempre fez.
Eu contava indignada, para Elena, Henrique e Luna. Os três me olhavam com os olhos arregalados, e o que mais me impressionava, era Henrique completamente entretido e chocado, como se ele não tivesse visto tudo isso ao vivo.
- Bom, isso não foi falta de aviso. - Elena falou, me fazendo rolar os olhos e me jogar em cima do sofá.
- Não é sobre ser falta de aviso ou não Elena, é sobre ela não acreditar na filha dela - Luna falou, me fazendo sacudir as mãos em forma de agradecimento - Pelo menos a Luna tem neurônios que não estão queimados ainda. - complementei.

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Stardust (SADIE SINK.)
FanfictionA jornada de Sn Beaumont, uma talentosa cantora brasileira, que embarca em uma jornada de auto descoberta ao se mudar para os EUA, para escapar do ambiente tóxico de seu padrasto abusivo. No coração da trama, ela encontra um inesperado raio de luz:...