th pov
três toques na parede, era somente o suficiente para ser notado pelo moreno que eu sentia que dormia calmamente do outro lado, que sono mais leve esse coelho tinha. eu estava interessado, não só agora em sair daqui, mas interessado em profanar cada ato religioso daquele, hansei estava no convento e eu sabia, minha doce hansei, ajudando do lado qual eu não poderia.
ela não pode me libertar por ser um demônio, tocar no sangue de cristo acabaria com sua essência e não é esse nosso atual objetivo, sairemos vivos, nós nos vingaremos e reinaremos no doce mundo carnal, em corpos vivos!
suspirei, mas logo escutei três batidas de volta, eu queria ve-lo...
- você me escuta? - a voz doce sussurrou e eu sorri ao chegar mais perto da parede.
- como música, amarelinho. - respondi e ouvi sua risada. - está se tornando um profissional em pecar, me sinto orgulhoso. - suspirei.
- sua voz é bonita.
- não me elogie assim, doce. - me sentei perto da parede. - queria te ver agora.
- me visita nos meus sonhos, pode me ver todas as noites.
- não dessa forma. - ditei e bati duas vezes na pobre parede.
ele devolveu.
- um para não, dois para sim, três para tenho que desenvolver. - ri baixinho.
- certo, gosto de jogos.
- você tá aí a muito tempo? - perguntou. toquei duas vezes e ouvi o suspiro. - hansei me contou uma lenda sobre voce, ela é uma freira, mas é doce. - riu. - tá com fome? - toquei três vezes.
- eu não sinto fome.
- que desperdício, comer é uma das poucas coisas que gosto de fazer. - um pouco de silêncio. - te convidaria se pudesse.
mais silêncio.
- você pode. - acabei falando como se suspirasse. - acredite, amarelinho, eu engoliria qualquer que fosse a comida se a refeição fosse fora desse quarto vazio. eu to fraco, me entende?
- fraco?
- eu to preso aqui sem ar puro, tudo aqui dentro cheira a fumaça pra mim, me sinto sem ar. - desabafei. - é o sangue de cristo agindo em me enfraquecer, me tirando os sentidos. me enlouquecendo e me fazendo definhar sem poder de fato morrer. - ri irônico. - não to envelhecendo como vinho, to envelhecendo como leite.
- não posso te tirar daí, mas sinto muito por não poder ajudar. - ouvi o barulho de sua cabeça batendo levemente na parede. - queria te dar um pouco de ar puro.
- eu espero que em algum momento consiga me dar o ar que falta nos meus pulmões secos.
o silêncio voltou a gritar entre nós, eu estava do lado de dentro do quarto antigo, mas minha curiosidade me levava pra fora, eu queria vê-lo, admirar a cor de seus olhos, ele me despertava curiosidade e um anseio por liberdade que até pouco tempo eu sinceramente acreditava ter perdido, maldito seja o anjo que deixou que essa parte tão pura parasse justamente no quarto ao lado, não queria que ele tivesse contato comigo.
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Olhos carmesim.
FanfictionQuando o recém convertido Jeon jungkook é mandado pro convento pelos seus pais pra limpar sua alma pecadora, ele aprende que o maior pecado mora no quarto ao lado, trancado a 7 chaves e algumas freiras e noviças rezando terço. Oque fazer quando um i...