𝒞𝖺𝗉. 04

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SANJI NAO SABIA SE ERA VERDADE OQUE ESTAVA VENDO. A cidade não parecia a mesma, mas era tão familiar quanto.
O fogo crepitava nas pequenas casas, até mesmo o castelo do rei queimava.

Completamente perdido, ele não achava em lugar algum seu pai. Sanji correu tentando se salvar do fogo, esbarrando em alguns homens e mulheres, na direção do castelo.

Ninguém estava lá. Quase sem esperanças, ele correu para dentro dos enormes portões, só encontrando mais destroços e fogo.
Sua pele ardia, mas a adrenalina não permitiu que ele sentisse dor.

Sanji tentou gritar, mas sua voz parecia sair tão baixa, mas tão baixa, que nem mesmo ele conseguia se escutar.
Sanji tentou ir até o mar, mas o fogo já havia engolido qualquer rota de fuga.

Era tudo muito estranho, e Sanji se recusava a acreditar que era verdade oque via. Ele percebeu sua própria pele queimar, mas não sentia nada, só o pavor de ver o próprio corpo sendo pego pelo fogo.
De repente, ele se viu como uma pequena criança. Perdida, sem abrigo , sem ninguém.

O desespero alimentou um fio de raiva. Quem fez aquilo? Onde estão todos que ele conhece? Seu pai morreu? Onde está Zoro e Mihawk?

De repente, sentiu-se acolhido e seguro novamente. Uma mulher pegou o pequeno garoto no colo, abraçando-o. Não conseguia ver a face dela, mas sentia-se acolhido nos braços da moça. Ela emanava uma paz imensurável.

E Sanji já não sentia mais seu corpo queimar.


   [ ... ]

             SANJI ACORDOU RAPIDAMENTE, seu corpo tremia e estava pingando de suor.
Não era a primeira vez que isso acontecia com ele, os sonhos relacionados ao fogo eram tão frequentes que acabava virando costume Zeff deixar um copo d'água perto da cama de Sanji desde o início da sua adolescência, na esperança de que isso pudesse amenizar a situação. Uma daquelas coisas que os velhos juram funcionar.

Ele colocou a mão no próprio peito, seu coração estava a mil. Olhou ao redor, estava no quarto compartilhado do castelo.
Aquele tanto de pessoas dormindo no mesmo local o incomodou profundamente, então ele calçou suas botas de trabalho e foi andar um pouco pelos jardins frontais do palácio.
Havia uma pequena janela na cozinha que levava para um pequeno jardim de orquídeas.

Sanji não esperava ver ninguém lá a essa hora da madrugada, mas encontrou um homem sentado entre as flores, parecendo observar as delicadas orquídeas.

– Olá? - Chamou, tentando prestar atenção no rosto daquele homem, um pouco de longe. A única luz que brilhava era a da lua.

– Olá ! - Respondeu bem humorado, e com um sorriso adorável no rosto.
Assim que percebeu a presença do Imperador em sua frente, Sanji se curvou.

– Perdão, majestade! Não sabia que era você quem estava aí. - Pediu.

– Oe, sem tanta formalidade, Sanji. Vamos lá, nem tem ninguém vendo! - Zoro comentou ainda mais bem humorado.

Será possível que este homem não tem dias ruins? ”

Pensou, lembrando-se de todas as suas interações com o Imperador. Ele nunca estava bravo, de cara fechada, ou reclamando da vida, como Nami sempre dizia - já que, desde primeira vez que se viram, estavam mais próximos e amigos -

֞ 𝒯𝐇𝐄 𝐋𝐎𝐕𝐈𝐍𝐆 𝐄𝐌𝐏𝐈𝐑𝐄 ֥  ᆞ 𝗓𝗈𝗌𝖺𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora