ᝰ.ᐟ 𝘾𝙇𝘼𝙍𝙄𝙎𝙎𝙀 𝙇𝘼 𝙍𝙐𝙀 :: quando a viu pela primeira vez, a segunda coisa que lhe veio a mente era que deveria ser uma daquelas filhas abandonadas pelos deuses de Afrodite, a segunda: ela era um pé no saco, muito feliz e para seu mal pior...
〞if you think I'm pretty, lay your hands on me know you can't stop thinking 'bout it iknow that you're shitty and you're bad for me but I can't stop thinking 'bout it 〝
━━ if u think i'm pretty • artemas
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AMARYLLIS DAVENPORT
De certa distância, em que a garota se afastava cada vez mais da luz, adentrando na escuridão profunda do bosque, deve se assemelhar a uma formiga que lentamente se aproximava de um pedaço caído de bolacha debaixo do armário.
O vento aumentava à medida que ela caminhava, soprando lufadas fortes carregadas de folhas secas, rodopiando por seus cachos. Apesar das grandes copas das árvores, se aventurou a erguer o rosto e ver através dos feixes de luz. O céu estava tingindo com uma paleta de tons dourados e rosados. Em breve todo o lugar estaria mergulhado na escuridão, teria perdido o início do jantar e não demoraria muito para seus irmão começarem a sentir sua falta, se é que já não estavam procurando por aí.
Os tênis amarelos amassaram as folhas abaixo, e um súbito silêncio interrompeu a caminhada. Irmãos, sua mente parecia carregada por uma nuvem densa de uma tempestade quando tentava se lembrar.
Quais irmãos?
Queria nomes, precisava lembrar de seus nomes, mas parecia impossível, como se nem mesmo fosse real. Sempre foi filha única, não tinha irmãos, no máximo, ela podia considerar o garoto de algumas portas ao lado de "um grande amigo", mas também não se lembrava do nome dele. Estava na ponta da língua, era gentil, às vezes brincalhão, e na maioria das vezes ela tinha que o ajudar a conter a língua, bonito para a idade, cabelo cheio loiro, olhos profundos e... uma forte enxurrada levou aquilo também, como uma concha na areia sendo levada pelo mar.
Entre as árvores imponentes da floresta, avançou com passos hesitantes, o crepúsculo lançando sombras ao seu redor. Cada pisada ecoa o som nítido de folhas secas, esmagadas sob o peso de seu caminhar. O suspiro do vento entre os galhos parece sussurrar segredos enquanto se perde em meio à confusão que paira no ar. Sabia que não poderia ter cortado a floresta tão rápido quando chegou a clareira, mas o tom de azul profundo mesclam-se com matizes roxos e alaranjados, enquanto as últimas reminiscências do pôr do sol se dissipam, as primeiras estrelas timidamente começam a pontuar o firmamento.
Ao seu redor, uma tapeçaria de flores noturnas desabrocha, exalando fragrâncias suaves que se misturam ao frescor da relva. Vaga luz lunar banha a cena, os vagalumes voam ao seu redor, alguns piscando como luzes falhas, e então se dissipam rapidamente junto ao som dos grilos. Tudo parece tão calmo e silencioso que nem mesmo parece real, se lembrava de ter visto algo assim antes, um lugar belo que não parecia digno de estar ali. Mas como qualquer outra coisa, aquilo desapareceu de sua mente com um sopro.
