Sua expressão é tão cômica que me faz rir, desfazendo a tensão.
- desculpe, amor, eu não queria te contar assim... - Não foi como imaginei revelar a ele, na verdade nem sei como imaginei isso. Achei que se o pressionasse o suficiente, Noir acabaria entregando que era Chat, e eu teria uma desculpa para mostrar a ele. Não achei que seria tão difícil manter segredo.
- Marinette?
- a menos que você tenha contado para outra pessoa durante o jantar - brinco.
Adrien ainda está perplexo me encarando quando leva as mãos às minhas orelhas, por reflexo eu seguro seus pulsos, mas percebo logo o que está fazendo, e o solto.
Quando a magia me abandona me sinto repentinamente menor, mais vulnerável perto dele, e muito, muito estúpida pela forma como o tratei até agora.
- desculpe, foi uma brincadeira idiota te provocar. - Sussurro, sem conseguir olhá-lo.
Agora ele sabe que LadyBug era apenas eu, todos esses anos, apenas Marinette. Isso com certeza deve acabar com o encanto. A grande LadyBug, Heroína de Paris, Guardiã dos Miraculous, é apenas uma garota normal.
Claw Noir não fala nada, apenas me encara, perdido em pensamentos. Ainda estou com o vestido branco que me deu de presente, para usar no último jantar do ano. De repente parece totalmente inapropriado para um telhado, em uma noite gelada como essa.
- Não está feliz por ser eu? - murmuro, ansiosa com seu silêncio e já arrependida de lhe contar.
Seus dedos tocam novamente minha orelha, e meus brincos são devolvidos. É reconfortante tê-los de volta, mas o gesto me parece uma rejeição, como se ele não aceitasse que seja eu por baixo da máscara.
- diga as palavras. - fala baixinho, e ainda assim sua voz soa mais pesada do que antes.
- que palavras? - pergunto, mas entendo o que quer assim que pronuncio a pergunta.
- a transformação, diga as palavras.
- Tikki, transformar.
Fecho os olhos para luz vermelha, mas tenho a impressão de que Claw Noir se mantém atento, mesmo que a claridade machuque seus olhos de gato.
- é realmente você... - Adrien murmura, como que ainda tentando acreditar no que é tão óbvio.
- claro que sou eu. - sorrio, levando a mão ao seu peito, em um pedido silencioso de aproximação - Consegue imaginar meu choque quando descobri?
- você estava no palco, bem ao meu lado - seus dedos acariciam meu rosto, contornando a borda inferior da máscara.
- eu sempre estou ao seu lado, não parece apropriado?
- sabe o que seria mais apropriado? - seu toque desce por meu rosto, até meus lábios, que ele acaricia quase com força.
- o que? - não preciso da resposta, porque sei que da mesma forma que eu desejava ChatNoir, ele também sempre desejou LadyBug. Atraídos um para o outro, mesmo quando a magia nos impedia de saber o porquê.
A mão vai da minha boca para a nuca, onde ele agarra meus cabelos com firmeza, com uma brutalidade que nunca usou comigo, me fazendo erguer o rosto para ele. Espero que me beije, mas ele se abaixa, se curvando sobre mim até estar com os lábios colados em meu ouvido.
- ChatNoir, fodendo LadyBug. - sussurra, me fazendo gemer só com essa promessa.
- sabia que você iria gostar da novidade - procuro seu corpo, tateando sobre o uniforme de couro.
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Contos de Natal
FanfictionCompilado de historias Natalinas de Miraculous! AVISO! Conteúdo Adulto! Pode conter gatinhos, quer dizer, gatilhos XD