União

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No luxuoso escritório da mansão da família Wright-Coleman, tudo era incrivelmente belo. Aquele era o lugar favorito de Calvin na casa. Ele estava imerso em seu universo de negócios e política. Sentado em sua confortável cadeira acolchoada em frente à escrivaninha de carvalho, ele rolava a tela de seu MacBook, explorando uma reportagem que informava sobre as pesquisas para a próxima eleição para a prefeitura de Chicago.

As paredes na cor vinho davam um toque ainda mais requintado ao cômodo, combinando com o carpete no centro do piso. As cores escuras diminuíam a luminosidade, permitindo um ambiente mais calmo e tranquilo para que Calvin pudesse ler, trabalhar ou simplesmente descansar numa partida de xadrez.

Ajeitando os óculos em seu rosto, ele fixou seu olhar na tela, onde ele já tinha dado um zoom para enxergar melhor as letras pequenas da matéria do jornal. O destaque da reportagem era a ascensão política do seu irmão mais novo, Charlie. A princípio, a ideia de ter seu irmão distante dos negócios da família para se dedicar à política não lhe parecia boa, já que Charlie não tinha a mesma habilidade de oratória de Calvin. Contudo, com o passar das semanas, após reuniões, entrevistas e diversas aparições públicas, Charlie mostrou-se muito habilidoso, mais do que o próprio Calvin poderia imaginar.

A mudança significativa nos números da pesquisa deixava Charlie como o segundo colocado, subindo de forma meteórica e chamando a atenção de todos. Calvin, mesmo mantendo a fachada impassível, não pode deixar de sentir a dinâmica sutil de rivalidade e orgulho entre irmãos. Já estava pensando em como iria parabenizar Charlie sem dar o braço a torcer e ter que reconhecer que errou ao se opor à ideia da candidatura.

Enquanto absorvia a informação, uma expressão pensativa também se desenhou no rosto de Calvin. Os Wright-Coleman eram uma família de influência, e a política não era apenas uma profissão para eles, era um campo de batalha onde lealdades eram testadas e alianças eram forjadas.

Enquanto Calvin finalizava sua leitura, um sutil aviso de chegada de e-mail piscou na tela de seu laptop ao mesmo tempo em que o aparelho celular vibrou sobre a mesa. Ao ver o título do e-mail e quem enviara, ele abriu a caixa de entrada, deparando-se com uma mensagem que lançou uma nova dimensão ao que tinha em mente quanto ao jogo de xadrez político que se desenhava. A Casa Branca enviara-lhe a confirmação da presença do Presidente da República em uma reunião agendada para o mês de julho e em um hotel em Los Angeles durante uma conferência relacionada ao não uso de animais como cobaias em testes de produtos estéticos e farmacêuticos. Essa prática já havia sido encerrada nos laboratórios da Wricol havia anos.

A Wricol, empresa farmacêutica presidida por ele, era líder do ramo farmacêutico e estético na América do Norte. Sua receita girava na casa dos milhões de dólares por mês e seus produtos eram exportados para Europa e América Latina. Outdoors com rostos sorridentes de celebridades estavam espalhados por toda a cidade. As campanhas nas redes sociais eram fortes e a imagem de uma empresa comprometida com o meio ambiente mostrava o quanto a Wricol genuinamente se preocupava com todo o seu processo, desde a produção até a venda de seus produtos.

A conferência de julho seria encabeçada pela própria Wricol e contaria com outras empresas do ramo. O próprio Calvin teve a ideia de convidar o presidente, o que agregaria à imagem do mesmo, como alguém que se preocupa com a causa, bem como impulsionaria os ideais de Calvin para seu planejamento futuro.

Mantendo a serenidade no olhar após ler o e-mail, Calvin absorveu a notícia com uma mistura de satisfação e ponderação. A influência da família Wright-Coleman ultrapassaria os limites de Chicago, estendendo-se até os corredores do poder nacional. Por mais que seu pai tivesse sido congressista no passado, tanto Calvin quanto seu irmão se dedicaram demais aos negócios, deixando um pouco de lado o âmbito político. Com Charlie sendo candidato a prefeito, Calvin viu uma oportunidade de colocar a família num patamar acima novamente.

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