AVISO!!
Não, não é uma atualização. Mais como uma despedida.
Não espero que o texto abaixo faça sentido para você, mas nem tudo precisa ter um significado, a maioria das coisas não têm, faz parte dessa grande aleatoriedade à qual chamamos de vida.
Se você esperava alguma coisa a mais de mim, sinto muito em decepcioná-lo, vocês já deveriam saber, não sou confiável, nunca fui — mas aquilo que escrevo, escrevo com o coração. Se você leu tudo isso e chegou até aqui, muito obrigada, desculpa por desperdiçar o seu tempo. Não foi a minha intenção, mas tão pouco foi minha culpa, você mesmo se levou até aqui.
Aproveite minhas últimas palavras, é tudo que lhes deixarei. E como disse, não há necessidade de procurar significado nelas porque não há nenhum.
Espero que tenha gostado do nosso tempo juntos, mas isso é tudo, um adeus.
Tchau, nerds :):
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ALGUMA COISA
As pessoas nunca dizem o que realmente querem dizer. Palavras sendo enterradas, mortas atrás das nossas gargantas, rastejando e encontrando seu lugar naquele espaço obscuro e intocado dentro de nós mesmo, um lugar onde a luz nunca entra e onde decidimos nunca pensar a respeito, nunca. É lá onde todas as confissões morrem, nunca ditas.
Sendo sincero, há um poço no meu peito cheio delas, é um banho de sangue de palavras destroçadas, esquecidas, assassinadas, enterradas abaixo de uma superfície rasa. Não diga, não pense e talvez suma.
Não foi.
Mas agora é tarde demais. Minha chance já passou, e nem a vi chegando, ou simplesmente tentei ignorá-la, porque ela me assustava.
Tarde demais e nunca terá volta.
Não teremos uma segunda chance.
Acho que por isso estou fazendo isso, lhe escrevendo, mesmo sabendo que você nunca verá isso, que nunca chegará até você. Escrevo mesmo assim, porque tenho esperança que você saiba, um dia, de alguma forma. Se conseguimos nos ver de novo, nos encontrarmos numa névoa dourada, flutuando em uma nuvem, no jardim do Éden, ou as beiras do Olimpo — ou seja lá qual for a sua ideia de paraíso. Não sei se você vai está lá. Se chegarei a te ver de novo. Ainda assim, eu prometo, estarei aqui e estarei esperando por você, uma mão estendida tentando te alcançar, e, se você realmente aparecer, eu não correrei, não desta vez. Eu serei seu, se você me quiser. E será somente nós dois. Eu e você, e toda a eternidade. O tempo se dobrará aos nossos pés e desaparecerá aos poucos e não importará. Não se você estiver lá.
Eu estou te esperando, então venha. Mas não tenha pressa, tome o seu tempo enquanto ele ainda é seu, não vou a lugar nenhum.
Para começar, você estava chorando. Naquela noite, quando eu me fui, você chorou e eu não pude fazer nada a respeito. Não consegui te segurar perto e dizer que tudo ia ficar bem, que eu estava bem, e que você não precisava se preocupar.
Eu fiquei por perto porque não sabia para onde ir. Uma luz ofuscou sobre mim me dizendo que caminho seguir e eu simplesmente a ignorei, como eu poderia ir e te deixar lá sozinho?
Eu tentei alcançar, mas dedos atravessaram direto — como se carne e osso tivessem sido repostos e substituídos por névoa.
E eu odiei a ideia de que você estava triste por minha causa.
Você sabia, não sabia? Deveria saber. Seu irmão te contou, eu sei que ele fez isso, aquele bastardinho de merda. Oh, como eu sinto falta dele. Sinto falta de tudo, apesar de não me lembrar direito de nada, tirando você. Por alguma razão você é a única coisa clara na minha mente, brilhante e em foco, quase sólido, todo resto está meio borrado nas bordas agora. Mas você ainda está lá, ainda me lembro de você.
Não.
Não, esse não é bem o começo.
Não aquela noite de novembro, mas outra, muito tempo atrás e bem antes disso.
Não o dia em que eu morri.
Meu fim é o começo dessa história, mas não da nossa história.
Por isso eu tenho que voltar atrás, até aquela noite de outono e dois garotos se encontrando pela primeira vez.
Eu sei que o Universo é um filho da puta e que ele nunca nos dar nada, e o Tempo chuta a nossa bunda sempre que pode e nos lembra que ele não está aqui por nós, mas o total oposto; que basta um estalar de dedos dele para nos fazer desaparecer, transformados em nada, um grãozinho de areia na imensidão que o próprio Tempo é. Um deus maior, andando de mãos dadas com o Infinito.
Nosso tempo estava contado antes mesmo de começar.
E eu odeio isso. E eu queria mais. Só mais um pouco, um dia, outro mês, mais uma hora. Outra chance. Eu poderia te falar então. Eu poderia abrir o fosso de palavras abandonadas e retirá-las uma a uma, mas só as mais importantes, as que eu realmente queria te dizer. Então ele poderia vir e me levar, e eu me desfaria em uma nuvem de pó e purpurina e luz e tudo bem, porque você saberia. Não, talvez tenha sido melhor assim. Talvez assim a ferida será menor e a cicatriz se fechará mais rápido, talvez não doa tanto assim. Os 'e se's não ocuparão tanto sua cabeça e a ideia do que poderia ter sido não te atormentará como eu sei que poderia, porque é assim que você funciona. Você tem um coração grande demais, bom demais, sempre preocupado com aqueles que você ama e tentando protegê-los, mas você não podia me salvar. Você sabe disso, certo? Você não podia me salvar e ainda assim, ainda assim, apesar de tudo você conseguiu de algum modo me salvar.
Droga, eu odeio isso de verdade!
Vai se fuder, Tempo!
Me sinto roubado. Mas grato. Eu sou grato porque você apareceu.
Não sei como vou te escrever isso, se como é uma descrição do que foi, ou do que poderia ter sido. Vejo a luz de novo, ela está chegando cada vez mais perto, mas não quero ir ainda, não posso segui-la, não sem terminar isso primeiro, não sem saber se eu chegarei a ver seu rosto de novo.
Não a bagunça de lágrimas e nariz entupido e vermelho e dor que te ocupa agora, mas o seu sorriso. Não posso ir sem a garantia de que você ficará bem. Seu irmão está te abraçando agora e você ainda chora, vocês dois, e eu não posso fazer nada.
Não sei por onde começar, se pelo fim, ou pelo nosso começo, ou antes mesmo disso. Você chegou como um galão de gasolina, uma brasa quente caindo no meio da grama seca, você se espalhou como um incêndio em grandes proporções e me vi preso pelas chamas — nenhum lugar para ir, além de direto para você.
Corri direto para o fogo, mesmo sabendo que sairia queimado.
E não me arrependo nenhum pouco.
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Nova York
Fanfiction"George sentia os olhos de Dream queimando na sua pele. Ele só não iria olhar. Não olharia, porque ainda estava fazendo o papel do cara com raiva. E porque ele ainda se lembrava o suficiente da briga que tiveram para estar com raiva. E também porque...