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A primeira coisa que George pensou quando acordou foi que ele não fazia ideia de onde estava.

Ele estava numa cama que não era dele, em um lugar que ele não conhecia e havia uma pessoa deitada ao seu lado. George sabia disso, pois havia uma mão descansando no seu antebraço e quando ele abriu os olhos deu de cara com um rosto conhecido ao qual ele demorou alguns segundos para reconhecer.

Ele também levou algum tempo para juntar as peças e se lembrar de onde estava, a luz do sol batia bem nos seus olhos e o fazia querer se encolher de volta nas cobertas. Dream ainda dormia quase do mesmo jeito que na noite anterior, só que agora estava mais perto — e George não sabia se ele que tinha se aproximado ou Dream (e não que fizesse diferença).

Mas a mão no seu pulso continuava lá.

E Dream ainda dormia.

E George estava olhando.

E George queria se levantar tanto quanto queria ficar.

E ele odiou isso.

E eles tinham que se encontrar com Amanda.

E ele não sabia nem que horas eram.

George desliza o braço para longe do aperto de Dream, dedos caem sobre os lençóis no espaço entre eles.

George já estava se levantando, um pé apoiado no chão e uma mão alcançando o celular na mesa ao lado, quando a voz de Dream ecoou no quarto:

— Só um segundo, Patches, eu já vou.

O que?

— Eu sei, eu sei, bebê. Você tá com fome. — Dream murmurava contra o travesseiro.

Oh. Só então George percebeu que ele ainda estava dormindo.

Dream falava dormindo às vezes, George sabia disso.

George fazia isso também.

Às vezes os dois davam uma de sonâmbulos, acontecia.

George o deixa dormindo, ele entra no banheiro e depois vaga pelo quarto em silêncio, alguns minutos depois ele está saindo. Parecia que ele estava correndo (talvez ele estivesse).

Ainda não eram nem 9 horas, George decide ir atrás do café da manhã, ele se senta sozinho numa das mesas. Depois de comer ele anda um pouco pelo hotel, até que em algum momento ele está sentado em uma das poltronas no saguão, o polegar rolando a tela para baixo e atualizando a timeline no Twitter. Ele fica um bom tempo vendo tweets e respondendo a um e-mail do trabalho e as mensagens da sua mãe que haviam chegado enquanto ele dormia.

Ele já estava entediado, quase saindo para outra exploração no hotel ou ver se Quackity já estava de pé, quando o seu celular vibra anunciando uma mensagem de Karl perguntando onde ele estava e lhe dando instruções para onde deveria ir.

Foi assim que George chegou no que parecia um salão de festas. Mesas espalhadas por todo o lugar e cadeiras viradas com as pernas para cima repousavam nelas, num canto o que parecia um palco, caixas de som e equipamentos empilhados solitários no centro. Havia alguns lustres no teto e uma das paredes tinha janelas altas e possuíam uma vista da cidade ensolarada. Numa das mesas as cadeiras haviam sido postas no chão, um carrinho de comida e um homem todo de branco e com avental estavam parados do lado, enquanto seus amigos ocupavam lugares à mesa.

Amanda explicou que o Chefe Vasseur estava lá para apresentar as opções do bufê. A escolha de George não interferia muito em merda nenhuma (até porque não era o casamento dele), então ele só ficou quieto ouvindo Chefe Vasseur explicando cada um dos pratos e aproveitou para encher a barriga.

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