63. It's the best day of my life.

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🎸 | Boa leitura!

Estou batendo o meu pé rapidamente contra o chão

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Estou batendo o meu pé rapidamente contra o chão. Encostada no capô do meu carro com os braços cruzados, eu me pego imaginando que seria muito bom ter um cigarro para aliviar essa agitação e eu nunca coloquei um cigarro na boca na minha vida. É isso o que a ansiedade faz com as pessoas, mas dessa vez não é uma ansiedade tão ruim.

Os portões se abrem e então eu o vejo sair carregando uma pequena sacola com os seus poucos pertences. Meus olhos se enchem de lágrimas e eu corro até ele, sendo levantada pelos braços do meu pai assim que meu corpo se choca com o dele. Ele gira comigo, como costumava fazer tantas vezes quando eu era pequena e nós comemorávamos alguma coisa. E hoje é mais um dia para comemorar.

— Ah, meu Deus! — ele diz com a voz embargada, seus olhos brilhantes cheios de lágrimas. — Meu Deus! — segurando o meu rosto, meu pai me olha como se eu fosse algo incrível. Ele beija a minha testa e me puxa para o seu peito, me dando outro abraço esmagador.

Choro junto com ele, rindo ao mesmo tempo quando ele se afasta um pouco só para beijar mais o meu rosto. Ele mal olhou para a rua, nem se importou com o fato de que está do lado de fora, sua atenção está totalmente concentrada em me dar carinho.

Entramos no meu carro e ele começa a me fazer um milhão de perguntas sobre a cidade, apontando para as coisas e dizendo que algo não está como ele se lembrava. Estou tentando não chorar de novo, mas é bem difícil segurar as lágrimas. Esperei tanto por isso, para ver o meu pai livre, comigo e feliz. E tudo isso depois de termos resolvido todas as questões paternas complicadas que eu formei em relação a nós.

Foram três meses árduos que passaram mais devagar do que o normal. Audiências, brigas no tribunal, o passado voltando à tona e deixando todos nós desconfortáveis. Foi preciso muita paciência e força para passar por tudo isso. E antes mesmo que tudo começasse, eu disse ao meu pai as exatas palavras que disse para a minha mãe. "Eu te amo, mas eu não gosto de você". E nós falamos sobre isso. Foi maravilhoso. As desculpas que eu nunca ouvi foram pedidas por ele, abrimos os nossos corações e deixamos tudo o mais claro possível. E hoje, eu via o meu pai de antes bem ao meu lado, mas agora com um aprendizado a mais.

Ele começa a me perguntar sobre a minha carreira, dizendo que viu a última capa de revista em que eu saí com o Vinnie e como está orgulhoso por eu ter me tornado uma artista famosa. Digo que não é nada demais, que eu apareço pouco, que só sou conhecida por ser namorada do Vinnie, mas meu pai discorda e diz que eu sou um gênio e que toco bateria como se estivesse tocando o céu. É muito bom receber todo esse apoio.

Chegamos até o apartamento onde agora a minha mãe mora sozinha. Sim, eu saí de lá há um mês. Estou morando com o Vinnie desde então e essa foi a melhor decisão que já tomei. Meus pais vão voltar a morar juntos e cuidar de suas próprias vidas. Pela primeira vez em muito tempo, tenho apenas que focar em mim.

Subimos depois de entrar no prédio e eu bato na porta. Meu pai parece tenso enquanto aguardamos. A última vez que ele viu a minha mãe sem uma escolta policial os afastando foi há uns sete anos atrás, quando ela decidiu de repente que queria fazer uma visita a ele na prisão. Desde então, eles não conversaram mais, nem mesmo durante as audiências, as quais ela compareceu como disse que faria. Entendo como isso tudo pode estar deixando-os nervosos.

Backstage ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora