Jack acordou poucas horas depois, seu corpo ainda doía, apesar dos ferimentos curados. O gosto do sangue ainda vibrava em sua mente. Odiava sangue e carne de homens...
Viu Anya parada de frente para a janela, enrolada em um cobertor e observando a neve que não parava de cair. Se perguntou como ela escapou dos seus braços sem acordá-lo. Escorregadia.
- Perdeu o sono? - Perguntou ele descendo as pernas da cama. Anya o olhou por um segundo e voltou a encarar a neve.
- Já dormi o suficiente. - Respondeu ela. Jack franziu as sobrancelhas... será que era tão difícil essa garota agir sem hostilidade?
Jack se levantou e passou por ela, entrou no quadro, que estava aberto, e enfiou a cara na pia. A água gelada o despertou completamente. Escovou os dentes e saiu, Anya permanecia no mesmo lugar, Jack parou ao lado dela, se apoiando na janela.
- Posso te pedir uma coisa? - perguntou Anya.
- O quê? - questionou Jack. - Posso te dar muitas coisas.
- Não quero... argh. - Anya olhou para ele exasperada. - Não quero nada material, Jack.
- O que então?
- Por favor... - Anya abaixou os olhos sentindo o rosto corar. - Não faça mais o que fez mais cedo na banheira.
Jack a olhou surpreso.
- Tocar você? Te chupar?
- Sim. - responde Anya encanrando tudo, menos Jack. - Não quero mais que o faça. Pode respeitar isso?
- Hum... - Jack se voltou para Anya de braços cruzados e a expressão séria. - Não, Anya.
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Anya olhou para ele zangada. Quem ele pensava que era?
- Por que cismou comigo?
- Porque gostei do seu gênio, da sua aparência, da sua companhia... quero e vou te tocar mais vezes, e fazer muitas outras coisas com você.
- Certo. Já chega. - Anya largou o cobertor zangada. - Você não tem direito nenhum sobre mim. Estou te proibindo de encostar em mim novamente.
- Você não pode me proibir de nada.
- Sobre o meu corpo? - rebateu Anya aumentando o tom de voz sem perceber. - É claro que eu posso. Não dormirei mais aqui, e você não colocará mais as mãos em mim.
Os olhos de Jack ficaram vermelhos e ela recuou, mas ele não saiu do lugar. Apenas continuou olhando para ela.
- Não gostou? - perguntou ele.
- O que?
- Não gostou do meu toque? Dos meus dedos em você? Da minha língua?
Anya agora estava vermelha como um tomate, porém de pura raiva. Como ele podia distorcer as coisas assim? Não estava afim de ser amante, ou de competir com um quarto cheio de mulheres dispostas a dar pra ele a qualquer momento. Ela nem gostava dele, pra início de conversa, mal o conhecia. Abriu a boca disposta a brigar, mas uma batida na porta os interrompeu. Jack caminhou até a porta e a abriu.
