2 - O castelo

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Anya foi acordada muito cedo para partirem. Ela estava se preparando para entrar em uma carruagem junto das outras mulheres quando um dos guardas de Jack se aproximou pedindo licença e se curvando brevemente para todas.

- Sua Majestade implora por sua presença junto à ele na frente da comitiva. - Disse ele se referindo a Anya.

- Você sempre fala assim? - perguntou ela franzindo as sobrancelhas.

- Como? - perguntou o guarda confuso.

- Vi você falando normalmente e sem rodeios quando questionavam se eu não era uma espiã ou sei lá, então fale comigo naturalmente, por favor.

- Nosso rei quer que você o acompanhe à cavalo. - Disse o homem a contragosto. Anya abriu a boca indignada, ela não se importou no dia anterior, mas agora estava toda dolorida e não queria montar um cavalo de novo.

- Por que? - perguntou, pronta para recusar mas a mulher idosa que cuidou dela apoiou a mão em seu ombro para interrompê-la.

- Querida, provavelmente ele só deseja eliminar qualquer suspeita sobre você lhe conhecendo melhor. - disse ela gentilmente para Anya, que achou que isso fazia sentido e de má vontade acompanhou o homem.

Jack estava ao lado de um lindo cavalo branco, rodeado pelas mesmas pessoas de antes. Um deles guiou Anya até o cavalo preto que ela havia montado anteriormente e a ajudou a subir.

A comitiva partiu e após vários minutos o rei diminuiu o trote e seu cavalo ficou ao lado do de Anya.

A comitiva partiu e após vários minutos o rei diminuiu o trote e seu cavalo ficou ao lado do de Anya

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- Perdão por fazê-la andar à cavalo e exposta à neve. - Disse ele. Anya fitou seus olhos cinzentos e percebeu que não estava tão zangada assim por ter que estar próxima dele.

- Tudo bem. Talvez a dor no traseiro me faça acordar desse delírio. - Respondeu ela, arrancando de Jack uma risada melodiosa. Anya o olhou espantada... era difícil acreditar que esse homem era humano.

- Deve achar que pedi por sua presença para lhe vigiar. - Disse ele. -
Mas na verdade achei sua companhia divertida e curiosa.

- Obrigada, eu acho. - Respondeu ela, imaginando que talvez ele estivesse com interesse em um novo bobo da corte. Jack apenas sorriu e ficou em silêncio. Vez ou outra ele apontava para um lugar e lhe dizia algo como "Aquela é a encosta de Vianco, meu pai venceu uma batalha ali" ou "Aquele lago se chama Fúria, o próprio nome já explica o motivo", Anya acenava a cada nova informação, apenas se perguntando como era possível ela estar nesse lugar.

Horas e horas se passaram e para alívio de Anya chegaram aos grandes portões de ferro de um imenso castelo. À primeira vista ela abriu a boca impressionada. A primeira coisa que pensou foi "Pra quê um lugar tão grande?" E em seguida pensou que as torres cobertas de neve pareciam bolos com cobertura de glacê.

Ao entrarem nos jardins brancos houve grande movimentação de desembarque e as pessoas começaram a se dispersar com os cavalos e as cargas, alguns entravam direto no castelo sem cerimônia. Para um reino, esse era um ambiente bem informal...

- Com licença, Senhorita Anya? - chamou Jack ao vê-la distraída. Anya olhou para ele e se assustou ao perceber pela segunda vez que ele era tão alto em pé quanto ela montada em um cavalo gigante. - Posso te ajudar a descer?

- Por favor. - Respondeu Anya e sentiu as mãos fortes de Jack novamente em sua cintura ao ser suspendida e colocada ao chão.

- Vamos entrar. Mandarei uma aia lhe ajudar a se instalar. - Disse ele. Anya estava concentrada em saber se conseguiria andar com as coxas esfoladas, mas olhou para ele mesmo assim.

- Aia? Isso não é para mulheres nobres?

- Não? - Respondeu ele franzindo a testa. - Bom... sim, mas também é para visitantes.

- Certo. E vocês costumam ser tão informais a ponto de todos irem fazer suas coisas enquanto sobra pro rei descer a prisioneira do cavalo? - Perguntou Anya pensando em todos os protocolos reais de seu mundo.

- Não há motivos para sermos formais em momentos assim, e a senhorita não é uma prisioneira. - Respondeu ele.

Anya viu ele se afastar após lhe pedir licença, as concubinas desceram da carruagem e a guiaram para dentro de um saguão quentinho. Mal teve tempo de observar a decoração quando uma mulher ruiva se aproximou dela.

- Sou Milla, senhorita Anya. - disse ela se curvando levemente. - O rei mandou que eu cuidasse de você. Pode me acompanhar?

Anya olhou em volta e não avistou Jack.

- Como é eficiente... - Comentou Anya e seguiu a moça espevitada. Milla lhe levou para uma banheira de água quente e lhe deu uma camisola branca e macia. Ela não prestou atenção em nada além da sensação da água quente em suas coxas feridas e depois foi guiada para um quarto grande demais. Tinha o tamanho do apartamento que ela morava. Havia comida em uma mesa mas sem ouvir nada do que Milla dizia ela apenas se jogou na cama e dormiu com o estômago roncando.

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Obcecado Por AnyaOnde histórias criam vida. Descubra agora