Daydreaming | Larry Stylinson • abo

12. The Dinner is Cold

Bom dia! Aqui vai a att!

Boa leitura💕

🧨

Louis respirou fundo ao sair do galpão da destilaria naquele início de noite, o clima estava bem frio e ele se encolheu no casaco pesado que usava, acendeu um cigarro e enfiou a mão livre no bolso ao caminhar pelas ruas sujas com muito mais desconfiança que antes. Tinha apanhado há três dias e seus hematomas não sumiram completamente, seu olho ainda estava roxo, mas o inchaço tinha ido embora e até tentou ficar recluso em casa para que ninguém visse seu estado, mas sua presença era necessária para administrar a gangue e, sinceramente, não achava justo sobrecarregar Zayn, que já tinha muitas tarefas. Olhou ao redor, vendo alguns ômegas na rua para a troca de turno na destilaria, que funcionava durante vinte e quatro horas, com três turnos de oito horas e a maioria dos empregados eram ômegas, já que seus alfas estavam na guerra ou inválidos depois de retornar do front.

Ele sorriu para alguns apressados, atrasados para o início do seu turno, a destilaria era nova e estava funcionando a todo vapor, já conseguiram vender um lote considerável para a Europa continental. Os East Lions tinham outra, mais velha e menor, mas que dava conta do recado e também produzia bastante, e aquela ali tinha uma capacidade de produção muito maior. Somando somente o que as destilarias produziam, a gangue já faturava grandes quantias, isso sem contar o lucro dos bordéis e o do tráfico de drogas e armas. Louis sabia que a gangue cresceria e estava indo naquele caminho, queria que os East Lions fossem uma organização forte e que parasse de ser piada no submundo do crime londrino para ter o respeito que uma gangue merecia. Não era a máfia italiana, mas poxa vida, os lions também tinham seu valor!

Franziu o cenho ao andar pela rua da destilaria, cheia de casas diminutas como a sua, havia lixo numa esquina e resmungou sozinho com a fuligem dali. Viu um ômega grávido mais adiante, bem grávido, e o acompanhou com o olhar, assistiu-o entrar na destilaria para começar seu trabalho e Louis suspirou, sempre achava absurdo que alguém naquelas condições continuasse trabalhando, achava que um ômega buchudinho deveria ficar no conforto de seu lar, em repouso. Seu peito se apertou ao se lembrar de Harry, seu garoto bonito teve uma profissão horrível por muitos anos e, se Louis já não achava apropriado que um ômega grávido trabalhasse numa fábrica, quanto mais num bordel. Engoliu em seco, ficava muito bravo quando se lembrava de tudo que seu amado passou e sentia-se culpado porque não esteve ali para protegê-lo, lamentava por não ter conhecido Harry antes e ele nunca teria precisado vender seu corpo em troca de alguns xelins. Às vezes, sua vontade de protegê-lo era tanta que acabava se culpando por algo que nem estava sob seu controle.

Suspirou ao continuar seu trajeto e tragou do cigarro, queria voltar logo para casa, Harry e Isaac ainda estavam vivendo com ele enquanto sua janela era reparada, não conseguiram substituir o vidro de imediato por causa do vidraceiro, que ainda estava fazendo o material nas medidas certas, e os seus dois ômegas estavam com ele. Suas bochechas coraram ao pensar que teria um jantar gostoso e quentinho em seu lar e, tinha que confessar que nunca se sentiu tão amado. Nos últimos dias, chegava em casa e era agarrado pelos bracinhos do filhote, além de ganhar muitos beijinhos de Harry, que sempre o recebia com um biscoitinho ou um bolo que fez durante a tarde. No entanto, Louis ainda demoraria um pouquinho para chegar à sua moradia, pretendia passar no seu pub favorito antes, tomar uma dose de alguma bebida duvidosa com os caras e aí sim voltaria para os braços do seu amor e filho.

Ele tentou não se precipitar ou ser apressado demais, mas a cada dia Isaac era ainda mais seu filhinho, Louis cuidava dele, enchia o garotinho de beijos e se preocupava muito com o seu bem-estar. Poderia não chamá-lo de filho fora da sua cabeça e o pequeno não se referia a ele como pai, porém era inegável a relação que tinham. Louis daria o mundo para protegê-lo e vê-lo bem e feliz, e ficava mil vezes mais preocupado quando se lembrava que Isaac era ômega, e tinha medo de alguém machucá-lo, dele sofrer com a sociedade que tinham, ou cair nas garras de um namoradinho ruim. Louis, ele tem dois aninhos, sua mente ralhou. Dois aninhos. Não precisa se preocupar com isso agora.