4. Late Night Talking

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Bom dia!

Aqui vai a att!

Boa leitura❤️

🧨

Louis arqueou as sobrancelhas ao chegar em um galpão abandonado em uma das zonas mais estranhas de East End, perto da região das docas. Sendo ele um gângster, estava acostumado com a periculosidade daquelas ruas, afinal os caras perigosos eram os lions e ele era o manda-chuva dali. Olhou a fachada do local, um portão de ferro marcava a entrada da propriedade e mais adiante começava o galpão, com grandes portas de ferro e uma entrada de ar redonda mais acima, com hélices empoeiradas. Aguardou Zayn abrir o cadeado do portão mais frágil e andou por ali na companhia do amigo, vendo o pátio lamacento pela garoa que caiu naquela manhã, havia latões de lixo abandonados e muita sujeira, jogada pelas pessoas que viviam ao redor dali, afinal havia prédios de moradias populares em ambos os lados do galpão.

Torceu o nariz com o lugar precário e foi até as portas de ferro meio enferrujadas, abriu uma e fez uma careta com o cheiro forte do local. Olhou desconfiado para Zayn - foi ele quem sugeriu aquele lugar imundo para sua nova empreitada - e revirou os olhos para o amigo.

- Que cheiro podre. - resmungou. - Parece que tem a porra de um cadáver aqui dentro. Não tinha um lugar melhor para você arranjar, não?

- Você disse que queria um lugar escondido e abandonado. - falou. - Se eu soubesse que exigia tanto, teria negociado um palácio para a Vossa Majestade. - foi seco. - Depois de uma boa limpeza, aqui vai ficar ótimo.

- Hm. - cerrou os olhos e entrou de vez naquele galpão sujo, vendo equipamentos abandonados e enferrujados ali, eram teares velhos e sem serventia devido ao desgaste pelo tempo, e Louis passou o dedo sobre um deles, vendo a camada generosa de poeira que tinha se formado. Em cima do maquinário, havia marcas de patas de animais, especialmente de ratos e gatos, e muita teia de aranha espalhada aqui e ali. Analisou o ambiente ao redor, o teto era de telhas de barro e algumas estavam faltando, as paredes eram de tijolinhos e ele suspirou, sério. - É, até que dá para o gasto. Tem algum dono?

- Não, foi abandonado há cerca de cinquenta anos. Acho que em 1860, algo assim. - comentou. - Impressionante que ninguém tenha invadido aqui para morar.

Louis ficou calado, analítico. Andou por ali tranquilamente, tentando entender o que levaria uma tecelagem a se fechar no auge da Revolução Industrial, atento a qualquer detalhe que pudesse passar batido em sua inspeção minuciosa. Viu os teares ali, todos muito sujos e enferrujados, com as partes de madeira se esvaindo com a infestação de cupins, achou um ou dois gatos mortos ali, e mais muitos esqueletos de ratos. Chegou nos fundos e viu o beco escuro que separava o galpão de outro prédio igualmente antigo, e assentiu.

- Aqui é bom. - concluiu. - Serve para o que quero.

Louis estava planejando uma nova fonte de renda. Queria o galpão para montar uma destilaria de whisky e gin, com o objetivo de vender os lotes para os Estados Unidos, onde uma lei seca estava em vigência e o consumo de bebida alcoólica era proibido, mas aquilo só fazia o mercado ainda mais interessante para os East Lions. Montaria uma destilaria ali, e daqui alguns meses venderia o que obtivesse para os americanos, que lhe pagariam muito dinheiro pelo preciosismo do álcool em terras que o baniam. Ele já tinha uma destilaria pequenininha que suportava o consumo local dos seus pubs, e queria expandir os negócios para ampliar sua riqueza.

Os East Lions eram conhecidos por ser uma gangue pobre em Londres, ninguém fora de East End dava muita moral para eles, mas dentro daquele núcleo, eram os caras mais poderosos e ricos. Obviamente não tinham o dinheiro que a máfia italiana possuía, eles eram riquíssimos e, se comparado a eles, os lions eram quase miseráveis. No entanto, eles tinham dinheiro sim, e Louis já possuía uma pequena fortuna acumulada pelo tempo de atividade. Poderia parecer que não, visto o local onde vivia e as roupas que vestia, mas ele tinha uma boa grana guardada, ou não teria gasto uma libra e alguns xelins em cada noite que foi ao bordel. Porém, ele queria mais. Queria poder chegar numa joalheria e torrar grana sem se preocupar com o amanhã, queria carros de luxo, queria seu futuro ômega vestido com sedas do Oriente e veludos caríssimos, ele queria o topo. E ele chegaria lá.

Daydreaming | Larry Stylinson • aboOnde histórias criam vida. Descubra agora