Não quero acordar

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"Você voltou, Felix?"

Ele fala enquanto toca o meu rosto. Não consigo desviar meus olhos da sua boca tão vermelha; ele aproxima seu rosto do meu, e me sinto tão instável, meu corpo esquenta de um modo que desconheço. Toco seu rosto, mordo meu lábio, e em seguida, respondo "Eu precisava voltar pra você, Hyunjin."

Ele sorri, e isso me deixa tão fraco, mais do que já estou. Por que ele faz isso comigo? Meu coração dispara por um simples sorriso. Não consigo respirar direito com toda essa proximidade. Fecho meus olhos, e com dificuldade só consigo proferir o que ele esperava ouvir de mim.

"Eu te amo."

"Eu também te amo, Felix."

Abro meus olhos e encontro um misto de ternura e desejo. Seus belos olhos puxados me deixam hipnotizado. Eu me perco ali, sinto suas mãos acariciarem meu rosto, mordo meu lábio; o modo como ele me olha é encantadoramente sensual, isso me faz estremecer. Ele se aproxima ainda mais, seus lábios tocam suavemente os meus.


I say fuck it when I feel it

'Cause no one's keeping tally

I do what I want with who I like

I ain't gon' conceal it

While you talking all that shit

I'll be getting mine, getting mine

Tally, Blackpink.


Mas o que é isso? No antigo reino da Coreia, não existia K-Pop, e muito menos o Blackpink. O que está acontecendo? A claridade parece se espalhar pelo quarto quando forço abrir um pouco os meus olhos. Definitivamente, estou no meu quarto, e, infelizmente, não estou desfrutando da companhia do Príncipe Hyunjin. Se eu contar para o Jisung que tive outro sonho desses, ele vai dizer que estou louco e que preciso de um namorado urgente. Afinal, quem, aos dezoito anos, fica sonhando com seu personagem de game favorito? Acredito que ninguém faz isso, ou será que faz?

[...]



— Você não vai comer nada, Felix?

— Não mãe, estou um pouco atrasado. Ainda vou passar na casa do Jisung.

— Tudo bem. — ela responde, se aproxima e passa a mão no meu cabelo. — Você ficou chateado com o que eu falei ontem?

— Mãe, estou atrasado. Mais tarde nós falamos, ok?

Respondo rapidamente, sigo em direção à porta, giro a maçaneta, e em poucos segundos estou fora de casa. Graças aos céus. Essa hora da manhã e minha mãe quer falar sobre a discussão de ontem? Retomar o mesmo assunto não vai nos levar a lugar nenhum. Eu sei que ela está tentando aceitar toda essa situação, mas não vai ser da noite para o dia. Afinal, faz alguns meses que assumi a minha sexualidade, e desde então, tantos problemas têm acontecido. Tenho que suportar os comentários homofóbicos da minha mãe disfarçados de cuidado materno, além do meu irmão me acusar de ser o motivo do nosso pai ir embora de casa e voltar para a Austrália. O casamento dos nossos pais beirava o fracasso desde que começou, nosso pai nunca estava em casa, nossa mãe se desdobrando para trabalhar, cuidar da gente e da casa, enquanto nosso pai pouco se importava, e quando estava em casa, era melhor que estivesse longe.

A love in the pastOnde histórias criam vida. Descubra agora