Preso no passado

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Felix


Não consigo dormir, viro de um lado a outro, mesmo que já faça quase dois meses que eu esteja aqui e tenha me acostumado com a esteira que usamos para dormir, hoje ela parece incomodar, não é pelo objeto, mas pelo que Chaeyoung falou, simplesmente as frases não saem da minha cabeça.

Porque nem tudo é o que parece, Felix!

Acho que você sabe sobre o que estou falando!

O que ela quis dizer com isso? Será que é o que estou pensando? Não, não pode ser! Não posso criar expectativas que não vão me levar a lugar algum, poderei sofrer ainda mais, eu preciso focar na minha volta para casa, é disso que eu preciso, não posso continuar pensando em "talvez" criar ilusões de que Hyunjin possa ter sentimentos por mim, e que nós podemos ter um envolvimento amoroso, ou será que posso pensar nisso?

Não, você não pode pensar em algo assim!

Você precisa se concentrar em achar o colar e voltar para casa, mas na verdade, nesse momento preciso apenas dormir, apenas isso.

Dormir, dormir, dormir!

[...]


Eu me sinto tão nervoso, o caminho até o seu quarto parece mais longo do que é. Entro no espaço, a porta é fechada atrás de mim, olho por todo o quarto e não vejo a presença dele, agacho para me sentar diante da mesinha de estudos. Antes que desista de ficar à sua espera, a porta é aberta, olho para o lado, vejo o homem que vem deixando minha mente totalmente descontrolada, trajando um hanbok num tom vermelho, tira seu gap, joga-o em cima da cama, seu cabelo amarrado no alto da cabeça, ele o solta, e acompanho suas mãos passeando pelos fios soltos. Seus olhos encontram os meus, engulo em seco, ele se aproxima, senta ao meu lado.

- Ontem você me disse algo...

- Sobre isso, eu apenas usei aquelas frases como exemplos, eu não quis dizer nada do que realmente disse, desculpe se Vossa Alteza entendeu errado! - respondo sem encarar o seu olhar que está sob mim.

- Eu não acredito em uma palavra do que você está me dizendo neste momento! - responde e sinto sua mão tocar meu queixo, levantando meu rosto para cima, e consequentemente o encarando, me perdendo em seu olhar. - Não minta para mim, Felix! - sua voz é tão suave que me faz arrepiar.

- Eu... eu... - não consigo responder nada, apenas o encaro e mordo meu lábio inferior quando meus olhos se perdem em sua boca vermelha e carnuda.

- Eu sei que você me quer na mesma intensidade que eu te quero, Felix!

Sua voz parece música para os meus ouvidos, a proximidade entre nós me deixa muito nervoso, o meu coração bate desesperadamente quando sinto que ele envolve uma de suas mãos em minha cintura, e a outra acaricia meu rosto, fecho meu olhos e finalmente sinto seus lábios tocarem os meus levemente. Intensifico nosso beijo, meus lábios sugam os seus, sinto sua língua invadindo a minha boca. Provar seus lábios tem a melhor sensação do mundo, a forma como ele saboreia os meus é ainda melhor. Meus braços se envolvem ao redor do seu pescoço, sinto sua mão apertar ainda mais minha cintura, e envolvo meus dedos entre seus cabelos e puxo levemente os fios. Sua língua brinca dentro da minha boca, o ar falta em meus pulmões, afasto minha boca da sua, abro meu olhos, encaro seu sorriso bobo para mim, ele torna a beijar levemente minha boca, e em seguida sua boca trilha um caminho por meu pescoço e a cada beijo minhas mãos puxam seus cabelos, e um leve gemido sai de minha boca, juntamente com "eu quero você", isso está me deixando louco.

A love in the pastOnde histórias criam vida. Descubra agora