Surpresas

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Felix



Quando eu tinha quinze anos, minha mãe me pegou lendo um manhwa Bl, e até hoje eu lembro da sensação, quase desmaiei. Ela olhou a capa do livro, observou as primeiras páginas e me questionou sobre o porquê de eu estar lendo aquele tipo de, segundo ela, "aqueles quadrinhos". Minha mente quase entrou em surto, buscando uma resposta que a convencesse de que eu estava lendo aquilo por acidente, que eu não era gay. Acabei por explicar que aquele "quadrinho" tinha vindo por engano no meio dos livros que uma colega de sala me emprestou, ela pareceu convencida na época, mas depois que me assumi, ela entendeu o motivo de eu ler aquela obra. Agora nesse momento, encaro o príncipe buscando uma resposta qualquer sobre o que é manhwa Bl, entretanto, não tem como ele saber o que é, a internet só será criada daqui a alguns séculos, mas não quero mentir para ele, e talvez se eu falar, ele não fique escandalizado, já que me ouviu falar sobre gays e lésbicas. Calma, respira fundo e vai!

— Então alteza, são livros em forma de quadrinhos, quer dizer desenhos que contam histórias de amor... é... é...

— É o quê? — ele pergunta um pouco impaciente.

— São histórias de amor entre homens! — exclamo e olho para baixo, meu coração bate tão forte à espera de sua reação.

— Existem livros que contam histórias de amor entre homens? — pergunta e balanço a cabeça em afirmação. — E como é? Como são essas histórias?

— Tem tudo que as histórias com heteros possuem, a diferença é que o casal são dois homens.

— E você não se incomoda de ler algo assim?

— Não, pra mim é uma história como outra qualquer!

— Tem alguma dessas histórias que você goste mais? — pergunta e eu balanço a cabeça em afirmação. — Você poderia me contar?

— Ah, tem várias! — respondo, coço a cabeça, ponho uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, sendo devidamente observado por ele, o que faz meu coração bater ainda mais forte. — Tem uma que eu gosto muito, que conta a história de dois amigos que eram apaixonados na infância, eles acabam se afastando, e se reencontram quase dez anos depois, e eles...

Ele se aproxima de mim, parece estar atento a cada palavra que sai da minha boca, e isso me deixa desconcentrado com o que pretendia contar, não consigo falar sem olhar para ele, principalmente para sua boca tão carnuda e vermelha. Tira esses pensamentos da sua cabeça, Felix!

— E eles... o que aconteceu? Você está me ouvindo?

— Sim, estava me lembrando da história, afinal são tantas que já li, acabo esquecendo! — que mentira, Felix! — Então, como eu estava contando...

E uma batida na porta acaba me atrapalhando.

[...]



Deveria ser pecado alguém nascer com aquela boca. Eu não consigo pensar em outra coisa, cada vez que sinto a água fria tocando minha pele quando despejo o líquido sobre meu corpo com algo que parece um balde, só penso nisso. Preciso parar de pensar no Hyunjin, não posso ficar duro aqui, embora eu não esteja no banheiro coletivo, prefira carregar água várias vezes com uma espécie de balde de madeira, e tenha encontrado um lugar afastado, com algumas moitas em volta, e também não tome banho sem roupa como fazia na minha casa, eu simplesmente não posso ficar excitado por pensar na possibilidade, que só existe na minha cabeça, em beijar aquela maldita boca. Passo um pouco da fusão de amido com orquídeas, além de algo que as mulheres usam para lavar os cabelos, é um produto feito com ervas e algo que espuma. Eu jamais ficaria sem tomar um banho decente, sem algo que limpasse meu corpo de verdade, e me deixasse cheiroso, afinal eu tenho que estar impecável diante do meu crush.

A love in the pastOnde histórias criam vida. Descubra agora