A chave

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Yeosang

Yeosang se sentia uma bagunça, estava sozinho em seu quarto e vestia seu pijama felpudo rosa estampado com morangos. Não se lembrava de ter vestido aquela roupa. Se lembrava sim de Seonghwa, mas talvez tudo aquilo tivesse sido um sonho bêbado, pois ao olhar em volta, o quarto não tinha nenhum sinal de que Seonghwa esteve ali. Se sentou na cama, bufando, claramente havia bebido demais aquele dia. Se levantou, ainda sonolento e seguiu até o banheiro, seu corpo ainda possuía o aroma doce do seu sabonete de sândalo, então não iria tomar banho naquele momento, porém ainda precisava escovar seus dentes e usar o banheiro antes de pegar sua garrafa de água verde de 2 litros, estourar um pouco de sua pipoca doce como em todos os finais de semana e se afundar no sofá de sua sala enquanto assiste aos seus filmes de romance favoritos, iria esquecer aquele sonho com Seonghwa rapidinho. 

Assim que entrou no banheiro e olhou seu rosto no espelho, parecia que sua pressão havia despencado. Ficou olhando as marcas roxas e as mordidas em seu pescoço, estava uma bagunça. Talvez não fosse um sonho, os lábios de Seonghwa em sua pele e seu membro pareciam muito reais na cabeça de Yeosang, os chupões não pareciam irreais tambem. Mas se era real, havia chegado a conclusão de que Seonghwa era um filho da puta, indo embora assim, antes que Yeosang acordasse. Ok, ele provavelmente havia cuidado do garoto de olhos castanhos, mas ainda sim, era feio e ridículo escapar assim. Agora como o veria na empresa? Como viajaria com ele? Teria que ficar sorrindo para ele feito um bobo depois dele ter fodido sua bunda e sumido como se fosse um criminoso? Estava em pânico, não era um bom ator.

— E agora? — choramingava com as duas mãos na cabeça enquanto olhava seu rosto no espelho, abaixou as mão e em seguida olhou para os pés, dando pulos como uma criança mimada que não havia ganhado um brinquedo em uma loja.

Se recuperou rapidamente, pegando sua escova de dentes verde e colocando pasta. Iria resolver isso, não sabia como, mas iria sim resolver todo aquele problema que seu eu bêbado os havia colocado.

...

Em seu cozinha, comia a droga do sanduíche que havia sido deixado para ele por Seonghwa enquanto lia uma carta que havia sido deixada ali. Odiar Seonghwa tanto quanto estava odiando estava se tornando mais fácil. Em uma caligrafia perfeita, poucas palavras haviam sido escritas.

"Peguei uma de suas chaves, venha até mim segunda no trabalho se a quiser de volta, gatinho.

Assinado; Maldito Seonghwa

PS: Me desculpe por rasgar sua blusa."

Como ele se atreve? Como ele se atreve a ter uma chave de sua casa? A desafia-lo dessa forma. O rosto de Yeosang estava quente e vermelho, vermelho de raiva. Não iria deixar aquilo para segunda feira, iria resolver aquilo tudo de uma vez, mas primeiro terminaria de comer, odiava ainda mais Seonghwa por isso, por te-lo trocado e deixado algo saudável para seu café da manhã. Seonghwa era um galanteador barato e se Yeosang não soubesse disso, teria se emocionado com os pequenos atos de gentileza que haviam sido feitas, mas Yeosang não era idiota e não iria cair nesses encantos.

Seonghwa

Seonghwa desejava passar o dia inteiro deitado na cama de Yeosang, apertando seu corpo contra o seu em um abraço. Quando acordou Yeosang estava com o rosto em seu peito e demorou para se acostumar com o choque de ter o menino abraçando seu corpo, mas não perdeu seu tempo negando o que havia acontecido, era óbvio aquilo e se lamentar não iria apagar tudo aquilo. Se lembrava de poucas coisas, mas se lembrava. A camisa branca de Yeosang estava jogada do lado direito do quarto, rasgada ao meio e inutilizável, do lado esquerdo estavam suas calças e a cueca, e as roupas de Seonghwa atiradas na frente da cama. Pelo corpo marcado de Yeosang e o peito marcado de Seonghwa pelas unhas curtas de Yeosang, haviam pegado fogo aquela noite. Poderia se perder naquele momento incrível, mas seu despertador tocou e se lembrou do encontro com Cho-ah que havia marcado justamente para limpar a bunda branca, e agora vermelha, do garoto ao seu lado. Pensou em sair e o deixar ali, sozinho, sem se preocupar sobre o que ele iria pensar por encontrar tudo uma bagunça e estar totalmente sozinho. Mas não foi.

Retirou as roupas dele que estavam jogadas pelo quarto, jogando a calça e a cueca no saco de roupa suja, já a camisa foi para o lixo, vestiu suas roupas e deu um banho em Yeosang, o garoto deveria estar tão cansado que não abriu os olhos, nem mesmo quando vasculhou o guarda roupa de Yeosang ou o vestiu, Ele não se moveu, dormiu de forma calma e serena até que fosse colocado de volta na cama. Antes de ir se certificou  de que ele estaria bem alimentado e de avisar sobre a chave que levaria para a casa. Esperava que não fosse odiado por isso.

...

O único desejo de Seonghwa naquele momento era ir embora. Com certeza não desejava passar por aquele encontro, não conseguia explicar o motivo de estar naquela situação. Sim, Choáh apenas perdoaria Yeosang e a empresa se Seonghwa a concedesse isso, e sim, sem o perdão de Cho-ah, Yeosang acabaria sendo mandado embora. Mas mesmo com tudo isso, não conseguia explicar, não era comum que fizesse coisas assim por alguem, mas não queria que Yeosang fosse para longe, e tambem estava em dívida com ele.

Cho-ah se aproximou, usando uma saia plissada preta e uma blusa branca com um decote, usava pouca maquiagem e brincos de rubi, assim como o pingente do colar entre seus seios fartos, usava um saltinho e trazia em sua mão uma bolsinha minúscula. Ela se sentou a sua frente, com um sorrisinho nos lábios.

— Senhorita Cho-ah — Seonghwa sorriu, sempre foi ótimo em esconder seu desconforto.

Yeosang 

Após ligações desesperadas para o melhor amigo, ele finalmente estava ali a sua frente, ouvindo o garoto jogar todos os acontecimentos daquela noite.

—  E você sabe o que aconteceu depois? Sabe Wooyoung? —  Yeosang não deixou Wooyoung responder — Ele sumiu! Aquele idiota sumiu! E levou a chave da minha casa com ele! A minha segurança que se foda né? Ele pode entrar na minha casa quando ele quiser e eu não sei onde ele mora.

— Não seria melhor dormir na minha casa então? Eu não acho que  ele vá invadir a sua casa, se ele fosse, não teria te avisado...

—  Ou é isso que ele quer que a gente pense...ah...eu sempre soube! Eu sempre soube! Aquele cara é maluco, totalmente maluco e ninguem acredita em mim quando eu digo que ele é maluco! Nem você quando eu digo que ele é maluco! — Yeosang apontou para Wooyoung, que achava que o amigo oficialmente havia perdido a cabeça.

— Meu Deus! Calma! A gente vai atrás dele, o San deve ter o número dele e você surta com ele, e não comigo!  — Wooyoung que não iria brigar com maluco, ainda dava valor a sua vida.

— Então liga pra  ele logo! — disse, de forma impaciente.

Wooyoung pegou o celular, mandando algumas mensagens para o (quase) namorado. Assim que ele respondeu, tinha o número de Seonghwa e já o enviava para Yeosang, que não esperou muito tempo para começar a ligar para ele.

—  Woony, ele não atende! —  o garoto resmungou, deitado no sofá escuro da casa com o celular nas mãos. 


Mon CheriOnde histórias criam vida. Descubra agora