Qualquer caminho serve

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Seonghwa

Seonghwa sentia seu celular vibrando, havia sim tentado dar uma desculpa para ir atender o número desconhecido, não gostava nada daquele encontro com Cho-ah e ligava tanto que poderia ser algo importante, mas para Cho-ah, ela era a estrela, Cho-ah pensava que era o próprio sol. Não sabia se era a quinta ou sexta vez que tentava dizer algo e Cho-ah interrompia para falar sobre ela mesma, sobre como ela era bonita e sobre como ela era uma pessoa incrível, cheia de empatia, bonita e sem um defeito, ah, e não deveria se esquecer de citar que tambem era modesta, palavras dela, não de Seonghwa.

— Ah! Eu tenho que ir! Vai pagar, não é? —  ela deu um sorriso de canto — Afinal você é o homem. Estou tão cansada! Mas sou cheia de trabalhos, até nos sábados! Sou muito bonita.  

— Oh, realmente, muito bonita... — e convencida, pensou — Pode ir, eu vou pagar — sendo sincero, Seonghwa pagaria qualquer coisa para sair daquele maldito encontro. A viu sair com um sorrisinho e retirou seu cartão, chamando o garçom dali para que enfim efetuasse o pagamento.

Assim que tudo foi pago ali, se levantou e saiu, tirando o celular do bolso e finalmente atendendo a uma das chamadas incessantes do celular. Estava realmente curioso para saber quem era a pessoa desesperada por sua atenção. Assim que entrou no carro, pode ou ir um grito do outro lado da linha e aquela voz...Seonghwa conhecia bem.

— Agora você me atende, não é? Filho da puta! Tantos momentos pra você me atender! O que você tava fazendo de tão importante? E quem você pensa que é pra levar a chave da minha casa? É a minha casa! — o garoto falava de forma quase desesperada, se ele não fosse tão pequeno, Seonghwa poderia ter um pouco de medo dele.

— Disse que vou te devolver a chave na segunda, não leu aquela droga de bilhete, Yeosang? E eu estava ocupado! Acha que eu sai durante a manhã atoa? — revirou os olhos, havia feito as coisas da forma que sempre fazia com os caras que ficava, assim não ficavam tão irritados quando ele ia embora, mas Yeosang estava agindo totalmente diferente do script que tinha em sua mente.

— Ah, eu acho! É a sua cara fazer isso, até porque o famoso Park Seonghwa sai comendo todo rabo de saia que vê...ah.. — Seonghwa notou que Yeosang havia pensado sobre o que tinha acontecido naquele momento e quis rir, mas não deixou a risada escapar, Yeosang já estava irritado demais e passariam muito tempo juntos na Itália, não queria ser o próximo caso criminal a ser contado.

— Finalmente se acalmou? Ou vai continuar com isso, senhor Kang? — Seonghwa soltou um suspiro, Yeosang finalmente havia calado a boca por um momento.

— Senhor? Está me chamando de senhor? — Seonghwa ouviu tosses do outro lado da linha — Você me fode e depois vem me chamar de senhor? Oh...isso é baixo, baixo até pra você Seonghwa. Eu espero que tenha um bom seguro de vida pra quando eu te encontrar.

Park Seonghwa estava definitivamente morto agora.

Seonghwa gostava sim de Yeosang, ao menos pensava que gostava, ele era um garoto bonito, gostoso, incrível e talentoso, mas não era como se Seonghwa fosse o tipo de cara que namorava, ainda mais namorar com um maluco que o havia ameaçado de morte a alguns segundos atrás e desligado o telefone em sua cara. Ninguém nunca tinha desligado o telefone na sua cara além de seu pai, era Seonghwa quem encerrava as conversas, ele quem ditava as regras e não pessoas como Yeosang. Mesmo assim, estava ali, encarando a tela do telefone incrédulo, sem notar que o seu carro já havia sido colocado em sua frente pelo manobrista, soltou um suspiro quando ouviu a voz medrosa do homem usando o uniforme vermelho chamando sua atenção e pegou as chaves, entrando no seu carro e começando a sair dali. Yeosang com certeza o deixaria louco.

Mon CheriOnde histórias criam vida. Descubra agora