Onde Finney Blake é o garoto mais inteligente de sua escola e presidente do grêmio estudantil.
Ou onde Robin Arellano é o pior aluno da escola e está mandando cartas de amor para Finney. Tudo isso por vingança,pela sede que o mexicano tem de ver Fin...
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R.A
O vazio que sinto é profundo, amedrontador. O frio em meus ossos e a respiração quente parecem indicar que estou com febre.
Faz três semanas que eu não me alimento de maneira correta, três semanas que estou trancado em meu quarto e não me permito sair daqui por nada.
Desde que eu mandei a carta para Finney eu não consegui pegar no meu celular novamente. Entro em crise somente em pensar nas mensagens em que ele me enviou, no ódio que elas devem expressar.
Ou talvez ele somente deve ter me bloqueado e me apagado de sua vida, o que eu também faria se alguém tivesse feito algo tão babaca quanto eu.
Sou tirado de meus pensamentos quando ouço alguém batendo na porta de meu quarto. Uau, minha mãe finalmente sentiu a minha falta.
— Você tem visita. — Ela fala ao abrir a porta de meu quarto sem eu ao menos autorizar.
— Eu não quero receber visitas. — Falo de maneira rápida, quase como uma súplica.
— Então trate de descer e falar isso pro garoto, ele é insistente. — Ela fala e logo após se retira.
Desço logo em seguida não conseguindo esconder a minha raiva por Vance ter me procurado somente agora.
Ao chegar na sala me surpreendo ao ver Finney sentando na poltrona com uma mochila no colo e uma expressão preocupada enquanto olha distraidamente para um ponto fixo.
Meu coração aperta e rapidamente sinto nó na garganta. Ele deve ter vindo aqui falar poucas e boas para mim após não ter conseguido entrar em contato comigo, eu sinceramente não estou preparado para isso.
— Finney, perdoe-me. Eu peço perdão por tudo, você tem toda razão de estar magoado. Eu sinto muito, eu juro que eu sinto. — Falo e abaixo a minha cabeça já esperando ele me empurrar pro chão, encher minha cara de porrada e falar tudo o que eu mereço ouvir.
— Sim, é óbvio que eu tenho toda razão de estar magoado. Qual é o seu problema? Você sumiu por três semanas. Você tem noção do quanto essas três semanas foram perturbadoras para mim? Eu estava preocupado, sem notícias de você esse tempo todo. — Ele fala e vejo as lágrimas caírem de seus olhos. — Robin, se você estar de saco cheio de mim não lhe custa nada me dizer. Você não precisa sumir para se livrar de mim, é só me pedir. — Ele fala com a voz trêmula e isso atinge meu coração em cheio.
E a carta? Por quê ele não está falando sobre a carta?
— Finney, eu não estou de saco cheio de você. — Falo pondo a mão em seu ombro enquanto olho para seus olhos molhados que parecem brilhar ainda mais quando eu digo isso.
— Então pare de me evitar, Arellano. Se está acontecendo algo me diga, eu sou seu amigo, estou aqui para lhe ajudar. — Ele diz e então confirma minhas suspeitas: ele não recebeu minha carta.
Eu poderia fazer o certo, poderia falar sobre a carta que lhe fiz, dizer a verdade. Mas a necessidade se faz presente, a necessidade de senti-lo só mais uma vez. A última vez, eu preciso disso.
— Perdoe-me. — Susurro em seu ouvido e então lhe abraço. Sinto sua pele quente, seu cheiro, seguro ele como se ele pudesse fugir dalí a qualquer momento.
— Por favor, não faça isso comigo novamente. — Ele susurra de volta com seus abraços em minha volta.
Eu estou fazendo algo pior, estou lhe enganando Blake. Era tudo o que eu devia dizer, mas eu prefiro dizer...
— Eu posso? — Digo enquanto mantenho meus olhos fixos em sua boca rosada.
— Por favor. — Ele diz ligeiramente.
Empurro seu corpo para trás, fazendo com que ele tropece em sua própria mochila jogada no chão e caia na poltrona. Ele dar uma risada e me encara com aquele maldito sorriso nos lábios.
Não espero mais nenhum segundo, agarro seu rosto sem muita delicadeza e praticamente devoro seus lábios, como se eu necessitasse daquilo para me manter.
Pressiono o corpo dele contra o meu, sua respiração está ofegante e ele deixa escapar pequenos gemidos.
— Eu senti sua falta. — Ele fala entre beijos.
Você não faz ideia do quanto eu senti também, Blake.
— Eu também senti a sua. — Susurro.
Em um movimento bruto arrasto ele para meu colo, sinto sua respiração quente em meu pescoço e mesmo assim toda proximidade ainda parece pouca.
Corre por todo o meu corpo uma sensação inexplicável, talvez seja a sensação de que isso estará acontecendo pela última vez.
Olho de relance pela janela e consigo ver uma sombra correr rapidamente.
