Mission letters

Who sent ?

Finney Blake

Tudo está acontecendo de forma bem pior do que eu imaginava.

Tudo o que aconteceu ontem está exposto nas redes sociais, provavelmente o motivo pelo qual a diretora me chamou na sala dela é para me avisar que eu perdi o cargo de presidente do grêmio estudantil.

Minha mãe surtou ao saber de tudo o que aconteceu, disse que não havia motivos para eu escrever o que escrevi.

Essa é a visão que todos guardam de mim. Eu sou o garoto perfeito, eu tenho muito dinheiro e boas notas. " Você não tem o que reclamar", eles falam.

Mas tudo o que eu queira era levar uma vida normal. Eu sei que todo mundo tem  responsabilidades, mas eu tenho muitas mais responsabilidades do que eu deveria ter, eu tenho apenas dezessete anos, estou quase me tornando um adulto, mesmo que eu nunca tenha vivido isso, eu sinto falta de aproveitar a juventude, deixar ao menos uma vez na vida de lado a responsabilidade que necessito ter. Porém, isso nunca irá acontecer, porque eu simplesmente tenho a pressão de todos encima de mim, isso me deixa exausto.

— Finney, você já deve saber o porquê está aqui, certo? — Ela pergunta.

— Sim, senhora. Desculpe, eu sei que errei muito em ter escrito aquelas coisas, mas eu nunca imaginaria que alguém iria expôr isto para escola toda. — Falo com as mãos no bolso.

— Eu sei, Finney, ser presidente do grêmio estudantil não é uma tarefa fácil, sei que é difícil lidar com tanta responsabilidade, porém, você tem que lidar com isso. — Ela fala com frieza.

— Então, a senhora quer dizer que irá deixar eu continuar com o cargo? — Falo  e sinto um alívio percorrer o meu corpo.

— Sim, afinal, apesar de tudo eu não posso negar que você é muito bom para o cargo, é um excelente presidente.
Porém, não deixe seus sentimentos em relação a isso serem expostos novamente, agora, você irá pedir desculpas para os alunos, você deve isso a eles. — Ela fala concordo com a cabeça.

— Obrigado, diretora, eu farei por merecer. — Falo e me retiro da sala.

{. . .}

O nervosismo me domina no momento em que eu vejo tanta gente reunida.
Sei que devo um pedido de desculpas a eles, porém, isso me soa de forma tão humilhante.

— Olá, alunos de Stuyvesant, vocês todos já devem saber o motivo desta reunião. — Falo ajeitando minha postura.

— Bom, eu não tinha planejado que nada disso viesse acontecer. Porém, nada na nossa vida vem do jeito que a gente espera, então, eu venho aqui para tentar fazer com que vocês me perdoem por aquele ocorrido. — Falo pondo as mãos no bolso e sinto os olhares de todo aquele público, uns são indecifráveis, outros estão claramente me julgando.

— Na verdade, eu não faço ideia, eu não sei porque devo pedir desculpas, são os meus sentimentos, é o que eu sinto. Sabe, eu sempre fiz tanto pelos outros, e quanto a mim?, Eu realmente não posso cuidar de mim nem por um segundo?.
Sinceramente, tudo o que eu escrevi lá é a verdade, me sinto exausto com tenta pressão e eu não deveria pedir desculpas para ninguém em relação a isso, as pessoas deveriam, porque são vocês que me fazem sentir assim.
Parem para pensar um pouco em como eu me sinto, todos nós temos problemas, todos nós temos momentos difíceis e isso é comum, porém, nenhum de vocês precisam pedir desculpas por isso, por quê eu preciso?, Eu sou como vocês, parem pofavor, parem de achar que eu devo ser perfeito o tempo todo porque eu estou exausto, eu largaria tudo se tivesse a chance, largaria tudo para viver como o adolescente que sou. — Tudo sai da minha boca como se eu estivesse planejando falar aquilo, talvez eu já estivesse guardando tudo isso por tanto tempo que não tive mais controle sobre isso, simplesmente escapou.

Todos me olham indiferentes, como se estivessem assustados com o que acabaram de ouvir. Não fico ali nem mais um segundo, saio correndo e vou até o banheiro, onde eu posso ficar sozinho.

Robin Arellano

Ao ouvir o discurso de Finney, eu percebo, nunca havia o visto com tenta raiva como lhe vi naquele palco.

Antes que sua irá possa fazer com que ele se torne o mostro que sou, vou atrás do garoto.

Ao chegar ao banheiro lhe vejo sentando no chão com a mão em seu peito, ele não está chorando, não está trêmulo, só está parado olhando para um ponto fixo como se estivesse digerindo o que acabou de acontecer.

— Está tudo bem? — Eu pergunto ao garoto que ri ironicamente.

— Você acha mesmo que eu estou bem, Robin? — Ele pergunta com sarcasmo, soa de forma grosseira, se existe algo que Finney não seja é grosseiro.

— Desculpe, sei que foi uma pergunta idiota, você claramente não está bem, eu sinto muito. — Falo pondo aos minhas mãos em meus joelhos.

— Robin, desculpe por ontem, sei que você não é o meu amigo e não sente vontade alguma de ser, chorei em você como tivéssemos intimidade o suficiente para isso acontecer. Eu estava em desespero, não tive controle algum sobre minhas ações, eu sinto muito. — Ele fala olhando para os seus sapatos.

— Não fale assim, Finney. Eu sei que eu lhe tratei com indiferença durante todos esses anos, porém, eu não quero continuar com essa infantilidade. Você está passando por um momento difícil, sei que você tem seus amigos e provavelmente não precisa de mim. Mas, fique sabendo que eu estou aqui se você precisar. — Falo olhando para o garoto de cabelos cacheados que não olha em meus olhos nenhum segundo sequer.

— Obrigado, Robin, muito obrigado de verdade. — Ele fala e não faço ideia do porquê eu fiz isso, mas eu o puxo fazendo com que ele se deite em meu ombro. Eu odeio contato físico, com motivos, é claro, porém, Finney parece tão...delicado, o seu toque não me lembra aquele mostro, sinto medo de lhe abraçar, sinto que posso o quebrar de tão frágil que ele parece ser, mas é bom.

— Ei, eu queria lhe mostrar algo. — Finney fala se afastando e abrindo a sua mochila, ao abrir, ele fica com uma expressão assustada.

— Droga, uma nova carta. — Ele fala pegando o envelope na mão. Eu olho para o papel em sua mão e fico confuso, eu não lhe enviei nenhuma carta hoje, quem enviou aquilo a ele?

Olá, meus leitores, o que acharam do capítulo?

Ansiosos para os próximos?

Não esqueçam de beber água e comerem direitinho, eu amo vocês, até o próximo.