Jantar de Natal

5 0 0
                                    

- Cara, eu ia te contar, eu juro. Eu não quis mentir pra você nem nada do tipo - disparo, passando por cima das palavras, dá pra notar o quão furioso ele está

Nathan: O quê? Do que você tá falando?

- A Liz, ela subiu com você…

Nathan: E daí? Você pensou que eu não soubesse? - por um instante perco o dom da fala - Fala, sério, Johna, era óbvio que você tinha um rolo com alguém. Não quis falar nada para não te pressionar, mas sei a meses.

- Como?

Nathan: Você não é bem o tipo de cara que passa a noite fora com uma garota por semana, isso cabe a mim. E um dia cheguei mais cedo da empresa e vi vocês se atracando na cozinha. Mas relaxa, não vi nada dela - deixo a respiração pesar, ele não está bravo, ou sequer aborrecido.

Ele tira a camisa, jogando no cesto ao lado da cama e eu me recomponho, ainda absorvendo o que houve. Ela deve tê-lo encontrado no estacionamento e eles subiram juntos, apenas isso. Porra. Meus olhos quase saltam quando ele vira de frente para mim, tem um corte no peito do tamanho de uma batata, ele tira gaze que o cobre e posso ver os pontos recém dados.

- O que foi que aconteceu? - minha voz não é baixa, estou tão atordoado que não sinto as pernas

Nathan: Erika aconteceu - ele joga a gaze no lixo, projetando a raiva quando se apoia na pia, sua cabeça cai entre os ombros - Fui à empresa deixar o carro, ela estava no estacionamento, Johna! NA PORRA DO ESTACIONAMENTO - ele soca o espelho a sua frente como num reflexo e os cacos desabam sobre a pia

- Cara, fica calmo, não tem como ela chegar até a gente, o prédio é uma fortaleza, tem seguranças em todos os lugares

Nathan: Ela não devia conseguir chegar nem na garagem, Johna - a respiração sai pesada - ela literalmente me atacou, parecia um animal selvagem, me acertou com um canivete, mas quando consegui me livrar dela, ela desapareceu. Correu feito uma lunática. A segui por todo o estacionamento, mas ela desapareceu.

- Nathan, eu tô aqui cara. Você tá bem, está em casa

Nathan: Foda-se eu cara! E SE TIVESSE ACONTECIDO ALGUMA COISA COM VOCÊ? COM A ANNE? O QUE PORRAS EU ESTAR BEM IA AJUDAR? - ele grita com ódio, mas sei que só está tentando afastar as emoções.

- O que Axel disse?

Nathan: Está no rastro dela agora. Daqui alguns dias tem um racha em Porto Príncipe e um informante vai estar lá.

- Você não pode…

Nathan: Eu preciso. Se acontecer alguma coisa com vocês por minha causa eu não seria capaz de seguir em frente - vê-lo assim me mata por dentro, está derrotado. O corte em seu peito sequer dói perto do que ele está sentindo agora.

E o pior, eu não posso fazer nada.

Nathan: Me desculpe pelo atraso. Vou tomar um banho e já chego. Vai subindo com o pessoal para a cobertura - assinto com a cabeça - e Johna - ele tem minha atenção novamente - ela é linda, meus parabéns.

Sorrio pequeno antes de deixar o quarto.

Poucos minutos são necessários para montarmos a mesa de jantar, a cobertura é impecável, tem um revestimento em tons cinzas e azul marinho, quase preto, era um lugar ótimo para receber pessoas, a vista era de tirar o fôlego. A mesa de jantar era imensa e tinha tanta comida que mal sabia por onde começar a comer. Liz estava deitada no meu ombro no sofá e Ricardo já tomava uma taça de vinho. O clima estava gostoso e o ambiente mais ainda. Tinha energia positiva ali.

Anne: Você chegou! - viro os olhos os mirando no moreno atrás de mim.

É foda admitir, mas esse cara sabe ter presença, não bastasse a altura ele ainda faz questão de exaltar tudo em si, a pele clara, o cabelo escuro, as tatuagens… a camisa social levantada até os cotovelos mostram os braços tatuados e os primeiros botões abertos também. Não dá pra ver a cicatriz , o que é melhor, mas dá pra ver a boa aparência dele.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 14 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Tudo ou nadaOnde histórias criam vida. Descubra agora